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16/07/2018 | 10:36

Mulheres vítimas de violência concluem curso de Educação e Direitos Humanos

Da Redação

A tarde desta quinta-feira (12) foi de muita alegria para as 10 mulheres acolhidas na Casa de Amparo a Mulheres Vítimas de Violência do Município.  Com muita diversão, dança, música, comidas e brincadeiras típicas de São João, as acolhidas participaram do “Arraiá” e também receberam os certificados pela conclusão do curso de Educação e Direitos Humanos, desenvolvido pela Centro de Referência em Direitos Humanos, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

A ação, segundo o secretário de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Wilton Coelho, é fruto da parceria entre município e Estado e soma ao trabalho de fortalecimento das mulheres vítimas de violência, resgatando a autoestima e possibilitando o acesso à informação, por meio da educação.

“Uma oportunidade de aprendizado e ampliação de conhecimento, não só das acolhidas, mas também de todos que se envolvem diariamente nesse atendimento das mulheres vítimas de violência. Então, só temos a agradecer por esse momento. Ele só está sendo possível pela união de pessoas que abraçam essas causas e lutam por melhorias”, disse o secretário.

À frente do desenvolvimento do curso, o gerente de Educação do Centro de Referência em Direitos Humanos, Valdir Roseno, servidor da Sejudh, explica que há dois anos atua no segmento de capacitações para pessoas em reconstrução.  Ele conta que apesar de o acesso à informação estar mais democratizado, as pessoas ainda são negligenciadas.

“O curso vem para fortalecer essas informações e mostrar para essas pessoas que elas possuem direitos garantidos pela Constituição e precisam buscá-los, pois sabemos que uma vez informada, as pessoas criam as ferramentas corretas para se defenderem e viver com mais dignidade. Diante disso, possibilitar esse curso para essas mulheres é também um meio de reconstruí-las interiormente, para que comecem uma nova caminhada”, ressaltou Roseno.   

Coordenando as atividades diárias da Casa de Amparo, a assistente social Fabiana da Silva Soares, conta que a ideia de trazer o curso para as assistidas surgiu a partir de observações que fez quando assumiu a Casa.

“Elas não interagiam. E olhando para isso, percebi que precisavam receber uma atenção voltada ao conhecimento para que elas pudessem enxergar seus direitos e compreenderem que foram negligenciadas e que unidas, o fortalecimento acontece mais rápido. Foi assim que buscamos essa parceria e pudemos oferecer esse momento a elas. Hoje, já vejo que estão mais sorridentes, interagindo umas com as outras. Fico muito feliz por elas e imensamente grata por essa oportunidade de compartilhar dessas experiências”, expôs Fabiana.  

Ratificando a importância do curso como base de reconstrução, a jovem G.P.S, de 33 anos, narrou o quanto aprendeu durante as aulas e como isso impactou na sua maneira de enxergar o ocorrido na sua vida.

“Estou aqui há três meses. Fui acolhida para não ser morta. Antes disso, passei anos sendo agredida e acreditava que tinha que permanecer nesse ciclo de violência por causa do meu filho. Entendia que ela precisava da presença do pai, e que eu sozinha não conseguiria educá-lo. Para isso, me sujeitava a agressões de todas as formas. Quando comecei “acordar”, vi que tinha perdido preciosos anos e que aquele homem não iria mudar. Ele me manipulava usando a criança, somente isso. Hoje, eu enxergo quem eu sou, o meu valor, e o curso me fez compreender que as possibilidades são inúmeras e posso recomeçar. É possível vencer”, concluiu a jovem.

 

Estatística -  Segundo dados do 1º Anuário de Atendimento da DEDM da Capital, mais de 2,7 mil mulheres foram atendidas na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) em Cuiabá durante o ano de 2017.

Um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) e divulgado no anuário mostra que, em 2017, um total de 4.542 registros de ocorrências de ameaças foram realizados por mulheres com idades entre 18 a 59 anos, em Cuiabá; outras 2.003 vítimas com esse mesmo perfil registraram queixa de lesão corporal.

 
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