20/07/2017 | 17:14 - Atualizada em 20/07/2017 | 17:24
Silval confessa participação em fraude e detalha distribuição de propina
GEISEANE LEMES - ESPECIAL PARA O TVMN
Foto: Geiseane Lemes
Em depoimento prestado à juíza Selma Rosane Santos Arruda, na 7ª Vara Criminal, na tarde desta quinta-feira, o ex-governador Silval Barbosa, revelou detalhes do esquema em que ele e ex-secretários de Estado são acusados de desviarem R$ 15 milhões, em 2014, na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. O esquema teria custado R$ 31,8 milhões, no entanto, o imóvel estava avaliado em R$ 17,8 milhões.
O depoimento faz parte da ação penal da terceira fase da Operação Sodoma, deflagrada em setembro de 2016, pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e contra a Administração Pública (Defaz) e que apurou que o crime teria ocorrido em conluio com o dono da empresa Santoni Empreendimentos Imobiliários Ltda, Antônio Rodrigues Carvalho, que também foi ouvido pela juíza.
O ex-governador afirmou que a desapropriação surgiu com a finalidade de pagar uma dívida de R$ 10 milhões a Valdir Piran e que Chico Lima quem conduziu o processo com a possiblidade de liquidar a dívida. Segundo ele, o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, estava à frente de toda negociação como tratar dos trâmites burocráticos no Intermat e conduzir os pagamentos pela Secretaria Estadual de Fazenda.
“Eu autorizei de fato que eles pudessem fazer, e foi feito todos os encaminhamentos”, confessou Silval Barbosa. Também teriam sido pagos R$ 200 mil a Antônio Carlos Milas, dono do jornal Centro Oeste Popular, que, segundo ele, havia descoberto esquema e estaRIA extorquindo Pedro Nadaf para não publicar o caso.
Do esquema, Silval admitiu terem pago R$ 200 mil para Alan Maluf de uma dívida que Pedro Nadaf tinha com ele. Ele afirmou ter autorizado os pagamentos através da Secretaria de Fazenda. Segundo Silval, Chico Lima, Nadaf e Arnaldo sabiam da existência de propina na compra da área.
Com relação a dívida que tinha com Valdir Piran, Silval não deu muitos detalhes e se recusou a citar os nomes de quem fazia parte do seu grupo político que teria se beneficiado do montante, R$ 800 mil, obtido com Piran.
O ex-governador disse ainda que Pedro Nadaf teria recebido R$ 500 mil. A dívida era de campanha e existia há cerca de quatro anos, segundo o depoente. “Quem fazia o pagamento era o Pedro Nadaf”. Já com relação à dívida com o Buffet Leila Maluf, Silval disse que teria sido contraída à época da posse dele.
DENUNCIADOS – Entre os demais denunciados nessa ação estão os ex-secretários Pedro Nadaf (Casa Civil), Marcel de Cursi (Sefaz) e Arnaldo Alves de Souza (Planejamento), e ainda o ex-chefe de gabinete, Silvio Cézar Corrêa Araújo, o procurador aposentado, Francisco Gomes de Lima Andrade Lima Filho (Chico Lima), Valdir Agostinho Piran, Antônio Rodrigues Carvalho (que era dono do imóvel e que também prestou depoimento à juíza), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), Levi Machado de Oliveira (advogado), João Justino Paes de Barros (funcionário público) e Alan Malouf
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