Mato Grosso,
Sexta-feira,
19 de Abril de 2024
informe o texto a ser procurado

Notícias / Cidades

30/01/2019 | 14:58

Livraria do Pepe que ruiu nesta terça estava há 20 anos sem reformas

Hiper Notícias

Livraria do Pepe que ruiu nesta terça estava há 20 anos sem reformas

Foto: Reprodução

O local onde funcionava a Gráfica e Livraria do Pepe, cuja fachada desabou no início da manhã desta terça-feira (29), estava há 20 anos sem reforma. É o que aponta o arquiteto e especialista em patrimônio cultural Robinson de Carvalho Araújo. Ele afirmou que a última intervenção no imóvel foi feito entre 1998 e 1999, pelo arquiteto Marcelo Epaminondas.

O casarão já pertenceu ao governador Generoso Ponce e ao intendente (antigos prefeitos) de Cuiabá, o Tenente Coronel Avelino de Siqueira. Desde 1980 o local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Ele é do início de Cuiabá e foi construído, inicialmente, de taipa. Após a Guerra do Paraguai, houve uma influência europeia na arquitetura da capital, que criou aquela fachada. Até a década de 70 funcionou como uma gráfica, onde a maioria dos formulários e documentos, só se conseguia lá. Era uma referência. Com o esvaziamento do Centro Histórico, o imóvel também acabou da mesma forma, por questão de segurança, no início dos anos 80”, afirmou Robinson.

O arquiteto revelou ainda que o imóvel conta com duas fachadas, sendo uma delas a que caiu, nesta manhã, e outra que dá acesso a outra rua, nos fundos. Segundo Robinson, um homem tomava conta do local e fazia a segurança do casarão. Ele revelou que há 20 anos a casa não passava por reformas.

“No final dos anos 90, o arquiteto Marcelo Epaminondas restaurou a fachada do imóvel. Desde então, nunca mais houve um processo de restauro. Ele possui duas fachadas, sendo uma, a que caiu e a outra, que dá para a “rua do meio’, que é um sobrado, onde por muitos anos um senhor ficou ali, e em troca, cuidava da segurança do imóvel. A parte que ruiu é a mais significativa, arquitetonicamente falando”, explicou.

De acordo com a historiadora e jornalista, Neila Barreto, várias tentativas de ocupar o casarão foram feitas, mas que não surtiram resultado. Segundo ela, as possibilidades seriam a de abrigar um museu e até mesmo uma escola de moda no local.

“É um patrimônio de Cuiabá. Na época do governo Blairo Maggi, o casarão foi oferecido para que ali fosse feito um museu, mas não deu certo. A ideia era criar um espaço relativo a famílias pioneiras de Cuiabá. É uma pena. Também havia uma proposta para transformar o local em uma Escola de Moda, sendo inclusive tema de uma monografia na área de arquitetura”, afirmou.
 
Assista Ao Vivo
 
Sitevip Internet