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15/04/2019 | 09:40

Abandonado, COT do Pari acumula lixo e vira abrigo de sem-teto

Midia News

Abandonado, COT do Pari acumula lixo e vira abrigo de sem-teto

Foto: Reprodução/ Midia News

Sete anos se passaram desde que começou a construção do prometido Centro Oficial de Treinamento (COT) Barra do Pari. Hoje, além de inacabadas, as obras se tornaram o retrato do abandono, com infestações de cupim, acúmulo de lixo e mato para todo o lado.

Orçada em R$ 31,7 milhões, a obra deveria ter ficado pronta em dezembro de 2013 e serviria de local de treino para as seleções participantes da Copa do Mundo de 2014. Posteriormente seria cedido ao Clube Esportivo Operário Várzea-grandense (CEOV).

Ainda naquele ano a então Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) anunciou que o COT seria doado ao Corpo de Bomebeiros, depois à Polícia Militar. No entanto, os únicos que acabaram usufruindo do local foram moradores de rua.

A reportagem do MidiaNews esteve nesta semana no COT e constatou a total situação de abandono e desperdício de dinheiro público. Em um dos setores, foi possível perceber a presença de uma pessoa, que aparentemente mora no lugar. 

Completamente rodeado por uma densa mata, o acesso à obra é difícil. Quem quiser entrar ali, tem que abrir caminho e contar com a sorte para não se ferir no meio de tanta vegetação e entulho.

O projeto inicial previa um centro de treinamento com 52 mil metros quadrados, com capacidade para 3 mil torcedores. Sua estrutura teria sala de imprensa, cabines de transmissão, vestiários, camarotes, 250 vagas de estacionamento, lounge, sala de musculação, sala de fisioterapia, alojamentos, lavanderia, cozinha, refeitório e restaurante.

Segundo o Governo do Estado, a obra está 69% concluída e, quanto à estrutura física do empreendimento, em tese restam ser finalizados serviços de Tecnologia da Informação (TI), de elétrica e hidráulica, ar-condicionado, acabamento em geral, recuperação de não-conformidades, entre outros serviços.  

Mas ao contrário da versão oficial, o que se vê é um lugar completamente sujo, com fiações soltas e uma estrutura envelhecida e danificada. 

Andando pelas salas e banheiros, também é possível ver teias de aranhas e mofo por todos os cantos, bem como a sujeira e pichações. 

Já as entradas que dão acesso às arquibancadas estão cobertas por grandes poças de água, causadas provavelmente pelas fortes chuvas recentes.

Mas o que mais é surpreendente é o estado do “gramado”, palco dos treinamentos. Ali tudo que se vê é mato. Até pés de mamoeiros floresceram, altos o bastante para serem percebidos.

Tentativa de retomada da obra

Em 2018, houve uma tentativa de aditar a vigência do contrato com a empresa Engeglobal – responsável pela construção do COT -, porém sem sucesso. E em abril do ano passado o contrato foi rompido.

Dos R$ 31 milhões orçados na obra, o Governo informou que repassou R$ 21 milhões ao Consórcio Barra do Pari, liderado pela Engeglobal.

Durante a gestão do ex-governador Pedro Taques, o então secretário de Cidades, Wilson Santos, emitiu um relatório apontando a  existência de obstáculos que deviam ser superados para a finalização e entrega da obra.
 
Um dos motivos da dificuldade seria a baixa capacidade operacional do consórcio, os ajustes no projeto e problemas com planejamento no fornecimento de materiais e equipamentos.

Na época a assessoria da Secid informou que  a Pasta esperava a conclusão do relatório que estava sendo realizado pela Controladoria Geral do Estado, em conjunto com a Procuradoria Geral. 

Os órgãos estariam auditando todos os contratos e, só após a conclusão das auditorias é que seria feito um novo planejamento das obras, inclusive em relação aos recursos financeiros. Por conta disso, não houve previsão para o reinicio das obras.

O COT do Pari era um dos dois centros de treinamentos previstos para a Copa. O outro era o da Universidade Federal de Mato Grosso, que também não ficou pronto a tempo do mundial, mas cujas obras estão bem mais adiantadas. 

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística, para saber se há planejamentos futuros de retomada da obra. A Pasta informou que ainda está estudando a melhor forma para isso acontecer, cogitando inclusive a formação de parcerias para isso. 
 
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