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Notícias / Cuiabá 300 anos

25/04/2019 | 10:05 - Atualizada em 25/04/2019 | 10:52

Bairro Cidade Verde completa 51 anos e família tradicional reúne histórias ao longo desse período

Geiseane Lemes – Redacao TVmaisnews

Bairro Cidade Verde completa 51 anos e família tradicional reúne histórias ao longo desse período

Foto: Reprodução

O bairro Cidade verde é o primeiro núcleo habitacional de Cuiabá. As ruas são estreitas e pequenas. O conjunto de casas populares foi planejado pelo então governador do estado de Mato Grosso Pedro Pedrossin o grande responsável por lançar o programa habitacional ‘Companhia de Habitação do Estado (COAHB-MT).

Em 1966 o governo estadual implantou o programa para atender a população de baixa renda, devido ao grande crescimento urbano de forma incontrolada e acelerada. Na época, Cuiabá possuía aproximadamente 100.000 habitantes.

As casas foram construídas em um terreno ao Poder Executivo, localizado as margens do Rio Cuiabá do fazendeiro da região Ezequiel Generoso Malheiros. No ano de 1966 iniciaram naquelas terras as obras da Coahb, após dois anos de construção no dia 1 de maio de 1968 foi inaugurada, com a totalidade de 365 lotes.
A estrutura do bairro, segundo o morador, foi projetada para ser um condomínio fechado.

                  
                                               Foto Reprodução

Depois de algum tempo o local passou ser simplesmente o Bairro Cidade Verde. Em 1990 o senhor Oílson Fermiano de Souza foi Presidente da Associação de Moradores do Bairro e foi o responsável pela construção da Capela São João Batista. Essa obra é o segundo maior feito na comunidade, o primeiro é asfaltamento que foi efetivado em 1971.

A criação da COAHB-MT foi fundamental para o desenvolvimento de Cuiabá. Outros Bairros tiveram a sua origem de forma semelhante como Pedra 90 na década de 1990 e a comunidade do Centro Político Administrativo em 1974. 

Em Maio o bairro completa 51 anos de fundação e durante esse período a capital cuiabana evoluiu muito. Quando surgiu, os moradores sofriam muito com a falta de água constante, sendo que eles tinham que buscar no rio Cuiabá. 

Quem conta melhor isso é a Raquel Amorim, ela tem 33 anos e nasceu e cresceu no bairro Cidade Verde, e ouve até hoje muitas histórias das avós.

A minha avó Maria conta que quando mudaram para o Cidade Verde o meu avô Catulino descia no Rio e trazia peixes como: peraputanga, pacu e pintado para almoçar”. Disse Raquel sobre a época em que o morador atravessava o rio nadando.
                    
Entre os comércios antigos, desde a década de 80, ela lembra da Japonesa, trata-se na verdade de uma mercearia na Rua São Luíz. E o nome dos estabelecimentos quase sempre levam o nome do proprietário.

Seu Justino também tem um bar antigo onde os clientes jogam baralho e os moradores gostam de se encontrar nesse local para passar o dia.

Sobre a infância, ela recorda mesmo das brincadeiras. “Brincávamos na rua de rouba bandeira, polícia ladrão, taco, alerta cor, amarelinha, pique no alto”.


Outro bar tradicional que leva o nome do proprietário é o do Seu Davi. O estabelecimento fica na rua quatro e tem encontro dos moradores antigo também. Raquel faz parte da família que está no bairro desde antes da sua fundação. 
     
A praça central perto do ponto final de ônibus era onde todo final de tarde as crianças se reuniam para conversar e andar de patins na quadra. “Lembro também do campinho que hoje em dia é a praça em homenagem ao seu Paraíba. O campinho era cheio de cavalo do seu Carlito (já faleceu), brincávamos de corrida ao redor do campo e com passar do tempo virou uma quadra de areia e depois a praça de encontro de amigos, apesar de estar escuro hoje em dia”. 
                         
A Igreja São João Batista realiza a tradicional festa do mês de junho onde o rei que anda pelo bairro com a procissão. O centro comunitário que atualmente está passando por reforma já foi utilizado para realização de cursos, prática de esportes e até velório. 
                                                
E as duas avós da Raquel completam a mesma idade como moradora do bairro, 51 anos. Uma geração que soma oito filhos, dezoito netos e 11 bisnetos. 
                  
O Bairro Cidade Verde também foi palco de dois blocos carnavalescos: Escola de Samba Acadêmicos do Pedroca do Senhor Camargo e a Escola de Samba Marinheiro do Samba, o dono era o Nelson Bueno morador muito popular da época. No segmento esportivo chegou a ser fundado o Núcleo Esportivo Cidade Verde.  


O bairro é mais conhecido pelos cuiabanos não pelos seus verdes, que pouco há, mas pelas suas ruas estreitas, que permitem a passagem de apenas um carro por vez.  Apenas uma rua é larga, quase uma avenida, e dá acesso ao bairro Cidade Verde.

A avenida principal recebe o nome de Avenida Ezequiel Generoso Malheiros em homenagem ao fazendeiro que fez a doação de terras para a construção do Bairro.  
 
                   
                
 
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