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27/07/2017 | 17:55

Sebastião Mendes participa de exposição na Austrália e Nova Zelândia

Da redação

Sebastião Mendes participa de exposição na Austrália e Nova Zelândia

Foto: Prefeitura de Cáceres

Um dos expoentes da arte mato-grossense, o artista plástico Sebastião Mendes, 50 anos, vai deixar sua Cáceres natal por quase um mês em setembro próximo para participar de uma exposição (entre os dias 7 e 17) na embaixada do Brasil na Austrália, na mais antiga cidade do país dos cangurus, Sidney. De lá, ele segue para a Nova Zelândia.

Junto com ele, irá o também artista plástico paulista Anderson Lemes, o Alemão, 34.  A curadoria é de Sandra Setti.

Mendes tem 40 anos dedicados às artes. O início precoce se deu por influência dos mesmos monges capuchinhos holandeses que influenciaram o colega Carlos Viana; em especial o frei Matheus. O apuro técnico e a disciplina aprendidos desde os 10 anos frutificaram. “Entendi desde muito cedo a tratar com seriedade qualquer ofício e mesmo a maneira como via a beleza das coisas”, conta o cacerense. Assim, os preceitos das escolas clássicas de pintura e desenho repassados pelo holandês eram absorvidos com atenção irresoluta do ainda menino.

Essa vontade de jamais descuidar de coisas como proporção, perspectiva, profundidade e só então traços e cores tornaram o trabalho de Sebastião Mendes digno de ocupar nada menos que a cadeira de Cândido Portinari na Academia Brasileira de Belas Artes. A exposição alusiva ao mês da celebração da Independência do Brasil de Portugal vai marcar a 18ª mostra internacional de Mendes. Também é pelo menos a sexta (ele não se lembra ao certo, só sabe que já foram 85 cidades entre Brasil e Europa) de Alemão.

Se de um lado há a experiência do homem acadêmico, comparado a Tarsila do Amaral – Mendes --, que usa sempre telas e materiais clássicos como tinta a óleo e às vezes pastel, do outro há um jovem com gosto pela liberdade de suportes e plataformas. Ele faz telas, mas também faz grafites. Muitos, aliás.

Mas há conexões também. Ambos já expuseram no espaço mais desejado do mundo por artistas pictóricos: o francês Museu do Louvre. Os dois também gostam de retratar o cotidiano à maneira que enxergam. Muda apenas a paisagem e isso é natural, pois tiveram experiências distintas em alguns pontos e semelhantes em outros. Enquanto Mendes cresceu à beira do rio Paraguai, Alemão passou boa parte da vida em Assis, interior de São Paulo. A vida pacata, fora das grandes cidades, também cruzou o caminho deles.

Porém, Alemão morou em São Paulo, capital, e a partir daí passou a usar muros, fachadas e laterais de prédio como suporte. A dinâmica de seu cotidiano foi influenciado e, com ele, sua arte. Seus temas recorrentes, bicicletas e palhaços, passaram a conviver com outros personagens e objetos.

Já Mendes só caminhou rumo a ainda mais apuro técnico, sem mudança de referências. Seu universo continua sendo aquele bastante caro aos modernistas: o brasileiro simples em sua existência pura, cores e luz a retratar essa vivência em semelhança às paisagens que nos cercam, filtrados pela maneira muito própria de o artista ver essas coisas e temas.

Intitulada Contrastes da Arte Brasileira, a mostra que tomará corpo no lugar que muitos confundem com a capital da Austrália (na verdade, o posto é de uma cidade a quase 300 quilômetros de distância, Camberra) reúne 50 obras dos dois artistas.
 
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