Pelo menos 280 ônibus com ar-condicionado, sendo 72 zero quilômetro. Essa é a principal exigência que as empresas interessadas na concessão das linhas do transporte coletivo de Cuiabá terão que atender de imediato.

Atualmente, só 60, do total de 402 veículos são climatizados na Capital.

A licitação foi lançada na última sexta-feira (24) e detalhada à imprensa pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na manhã desta segunda (27). Na entrevista coletiva, o emedebista aproveitou para explicar porque será necessário um contrato emergencial com as empresas que já atuam na Capital.

Conforme o prefeito, os contratos hoje vigentes só têm duração até o próximo dia 6. A prefeitura, no entanto, estima um prazo de, no mínimo, 45 dias para concluir a nova licitação.

O anúncio de que um contrato emergencial seria feito causou reação na Câmara de Cuiabá na semana passada. Vereadores da oposição ameaçaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).

Emanuel Pinheiro afirmou, entretanto, que a movimentação no parlamento não preocupa. “Eu estou preocupado é com o compromisso com a população cuiabana. Eles estão sendo cumpridos um a um e serão todos, até o final do meu mandato”, respondeu.


(Foto: Ednilson Aguiar / O Livre)
Concessão  
O edital prevê que as novas empresas vão poder operar por até 30 anos, sendo a concessão de 20 anos, prorrogáveis por mais 10.

Os 280 ônibus com ar-condicionado exigidos assim que o contrato for assinado correspondem a 70% da frota – hoje 402 veículos circulam pela Capital. Até 2024, as empresas precisarão climatizar também os 30% restantes.

As interessadas no serviço também vão ter que oferecer veículos equipados quatro câmeras de vídeo – três internas e uma filmando o exterior –, carregadores para celular e internet wi-fi.

Parte dos ônibus terá que ser movida com sistemas elétricos e híbridos. Micro-ônibus também serão permitidos para atender regiões da cidade que não comportam os veículos tradicionais. Entre as novidades está a previsão de atendimento a distritos da zona rural de Cuiabá.

Além disso, a prefeitura prevê reduzir a idade mínima dos ônibus, dos atuais 5 anos e meio, para 4 anos e meio, com a nova contratação.

Sistema
As empresas participantes da licitação ainda terão que implantar um centro de controle operacional das linhas e projetá-las para que os ônibus operem em conjunto com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – cuja obra não está concluída e não tem previsão sequer de ser retomada pelo governo.

A prefeitura exigiu ainda que as empresas também se preparem para a hipótese de o governo do Estado trocar o modal sob trilhos para o Bus Rapid Transit (BRT), embora o governo do Estado não tenha sinalizado para essa possibilidade.

Além do centro de controle, a gestão Emanuel Pinheiro quer um controle público do sistema eletrônico de bilhetagem. E a manutenção do serviço Buscar, que atende pessoas com deficiência.

Atualmente, 150 mil pessoas usam o sistema de transporte coletivo de Cuiabá todos os dias. Elas são atendidas por 402 ônibus que circulam pela Capital.