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25/11/2019 | 11:48

Projeto de leitura ‘dá asas’ a reeducandas do Presidio Ana Maria do Couto

Redação TVmaisnews

Projeto de leitura ‘dá asas’ a reeducandas do Presidio Ana Maria do Couto

Foto: Reprodução

 As grades e os muros da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, não são barreiras para os sonhos de algumas reeducandas que participam do projeto ‘Biblioteca móvel - carrinho literário’. Com as asas que os livros dão as participantes do projeto podem transcender as barreira físicas e viajar por entre as páginas dos romances, aventuras e poesias.
 
“A literatura é minha utopia. Aqui eu não me sinto aprisionada. Não há barreiras de entendimento entre mim e a doce e graciosa narrativa dos meus amigos de papel. Eles falam comigo de forma livre e desimpedida”, disse a reeducanda Rosimeire Franco. E emendou: “Embora algumas confessem que leem mais no presídio em função do tempo disponível ou das angustias do presente, muitas confessam que tomaram gosto pelo projeto. Pelos corredores do presídio é possível conhecer as leitoras aprisionadas. Mulheres que almejam retomar suas vidas, cujas tramas elas mesmas nem sabem mais desvendar”.
 
Para Greysiane Alves, 34, o gosto pela leitura nasceu no presidio. “Passei a gostar de ler aqui, aprendi e vou levar esse hábito comigo para sempre. Temos muito tempo livre, então de vez em quando há colegas que estão lendo e ai elas nos oferecem. Foi assim que comecei a ler e não sei mais como parar”, comentou.
 
Para o juiz da Vara de Execução Penal e coordenador do GMF, Geraldo Fidélis, novos mundos são despertados pela leitura. “Essa é a realidade de todos, mas especialmente das pessoas encarceradas, pois não tiveram chance de viver esses novos mundos fora do cárcere. Novas janelas se abrem para aquelas pessoas que ali cumprem sua pena de restrição de liberdade. Novos horizontes se desvelam e muito além da questão remissão de pena. Elas levarão para suas vidas extramuros”, ponderou.
 
A diretora da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, de Cuiabá, Maria Giselma, elogiou a parceria do Judiciário com o projeto. “O judiciário é amigo de primeira hora nos projetos desenvolvidos aqui. É muito importante que tenhamos parceiros para seguirmos juntos nessa luta de ressocialização dessas mulheres. Para mim se conseguirmos salvar a vida de uma mulher já será suficiente todo nosso esforço”, revelou a diretora.
 
O esforço também conta com a participação voluntária da professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ana Maria Marques. “Nós iniciamos nossa ação há dois anos com um carrinho que tinha pouco mais de 100 títulos. Hoje depois que os parceiros nos ajudaram, estamos conseguindo muito mais livros e até montarmos a biblioteca”, comentou.
 
O projeto começou a ser desenvolvido há 2 anos (desde outubro de 2017) e atende 15 reeducandas. Além disso, as reeducandas contam com a remissão da pena após a confecção de resenhas criticas dos livros lidos. O nome do Projeto é ‘Biblioteca móvel - carrinho literário’ e é voltado para mulheres reclusas na Penitenciária Feminina que já concluíram a Educação Básica.
 
A remição pela leitura é recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça, conforme a Recomendação 44/2013 que dispõe sobre atividades educacionais complementares para fins de remição da pena pelo estudo e estabelece critérios para a admissão da atividade. (Fonte: TJMT )
 
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