O aluno de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) acusado de dopar e estuprar uma mulher, em Cuiabá, pode ser excluído da universidade. A informação é de uma nota divulgada pela instituição nesta quarta-feira (5). O caso de estupro teria acontecido no dia 4 de dezembro, quando ela estava inconsciente, mas só foi revelado na madrugada desta quarta-feira (05), em diversas publicações no Twitter.
Na nota, a UFMT e a Faculdade de Medicina (FM) afirmam que estão acompanhando o caso e aguardam as investigações. “De acordo com o regimento de disciplina do corpo discente da UFMT, a prática de atos incompatíveis com a vida universitária e a condenação criminal definitiva por crime incompatível com a vida universitária são hipóteses passíveis de exclusão da Instituição”.
Ainda nesta quarta-feira, a União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso (UEE-MT) também se manifestou, repudiou o estupro e reforçou que a culpa nunca é da vítima. A UEE afirma que comunicou a universidade sobre o caso e que repudia “qualquer ato que reverbere o machismo estrutural na sociedade em que vivemos”.
O caso
No Twitter, a vítima contou que tudo aconteceu em um dia que brigou com a mãe e resolveu sair de casa. O acusado entrou em contato com a vítima e deu um remédio para acalmá-la. Ela disse então que tomaria o medicamento apenas quando estivesse na casa da amiga, mas o rapaz insistiu para que ela ingerisse de imediato, dizendo que demoraria a fazer efeito.
Quando o ato foi consumado, a jovem estava inconsciente. A jovem registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher de Cuiabá. O caso deverá ser investigado pela delegada titular Jorzilethe Magalhães. O próximo passo será colher mais informações, ouvir testemunhas e o acusado.
A vítima deverá passar por exame de corpo de delito, que pode ser prejudicado devido ao período do abuso. Como o caso não está em período de flagrante, será necessário que a Polícia Civil solicite à Justiça que emita um mandado de prisão contra o acusado.
Confira na íntegra a nota da UFMT:
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Faculdade de Medicina (FM) informam que acompanham o caso e aguardam as investigações dos órgãos de segurança, em respeito à legislação vigente no país.
A Instituição assevera que o comportamento citado na denúncia é inaceitável e incompatível com a postura esperada de seus alunos e comunidade como um todo.
De acordo com o regimento de disciplina do corpo discente da UFMT, a prática de atos incompatíveis com a vida universitária e a condenação criminal definitiva por crime incompatível com a vida universitária são hipóteses passíveis de exclusão da Instituição.
Confira a nota da UEE:
ESTUPRO é CRIME e a culpa NUNCA é da vitima!
A diretoria da União Estadual dos Estudantes, vem, por meio desta nota, repudiar o ato de violência sexual sofrida pela estudante* em Cuiabá, sob o contexto e decorrente das relações estudantis na Universidade Federal do Estado de Mato Grosso.
De antemão, repudiamos qualquer ato que reverbere o machismo estrutural na sociedade em que vivemos, dentre outras práticas MISÓGINAS, que resultam em violação, degradação e morte de nossas mulheres, e prestamos toda nossa solidariedade e acolhimento à vítima*.
A mesma acusa um estudante de medicina da UFMT pela violência sofrida.
Informamos que entramos em contato com a UFMT e a Faculdade de Medicina, ambos ja se posicionaram sobre o caso.
Destacamos que aguardamos pelo cumprimento do papel da justiça e das investigações para elucidação dos fatos.
Fonte: Olhar Direto