Há dois Corinthians no início de 2020.
Um é o que joga em Itaquera: desarma, constrói, finaliza e vence. Foi assim nos 4 x 1 sobre o Botafogo, de Ribeirão Preto, e principalmente no clássico contra o Santos.
Mesmo avaliando que o time de Jesualdo Ferreira não apertou a marcação, é impossível invalidar a vitória e o domínio corintiano no domingo.
O outro Corinthians é o que atua como visitante: que empatou contra o Mirassol e jogou bem apenas 20 minutos. Que perdeu da Ponte Preta apesar de um bom segundo tempo. Que caiu em Assunção contra o Guaraní, por 1 a 0, na estreia na Copa Libertadores.
Cantillo voltou a jogar bem, o melhor do time. Piton jogou muito melhor do que Sidcley. Os pontas foram o ponto fraco.
Luan ainda não é Luan. Nos bons tempos, ele inventava o espaço vazio nas costas dos volantes. Hoje, procura o espaço ocupado à frente dos marcadores.
Não é fácil recuperar a confiança após dois anos sem conseguir atuar em alto nível.
Houve só três partidas entre Corinthians e Guaraní em toda a história. O Corinthians não fez gol em nenhum deles. Perdeu de 2 a 0 e 1 a 0, em 2015, caiu por um gol em 2020.
O jogo da próxima quarta-feira, em Itaquera, reunirá dois traumas para o Corinthians. A pré-Libertadores, que faz lembrar do Tolima, e o Guaraní, que faz lembrar a eliminação de 2015.
Mas a lembrança mesmo precisará ser do que a equipe foi capaz de fazer em Itaquera. Em casa, o Corinthians tem sido bem diferente do que mostrou em Assunção.