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11/08/2020 | 09:49

Soldado revela que empresário tentou impedir entrada de viatura da PM no Alphaville

Um policial militar que prestou depoimento à Polícia Civil sobre a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, ocorrido no Condomínio Alphaville, no dia 12 de julho, em Cuiabá, afirmou que a viatura teve dificuldade em entrar no local por interferência do empresário Marcelo Cestari, pai da suposta autora do disparo fatal. Ainda segundo o depoimento, o porteiro informou que não havia autorização para que a viatura entrasse.

A revelação do policial mostra que os policiais civis e militares que teriam ligações com Cestari tiveram alguns privilégios no dia da tragédia. "Que tiveram certa dificuldade para adentrar no condomínio, pois o porteiro que os atenderam, informou que o morador da casa onde ocorreu o fato, estava pedindo para a guarnição apresentar um mandado judicial, que após conversa com o responsável da portaria, foi autorizada a entrada com devido acompanhamento de um funcionário da segurança", revelou o soldado F.S.L.

O policial militar que prestou depoimento no dia 29 de julho afirmou que quando chegou ao local, a unidade do Samu já estava na casa. Ele, juntamente com o outro policial, foram até o andar superior da residência, onde estava o corpo de Isabele.

O militar detalha que ouviu a conversar do enfermeiro com o médico do Samu, onde foi declarada a morte da vítima. Ele afirmou à Polícia Civil que no local onde o corpo estava, não havia arma, nem munições, nem o case onde estariam guardados os objetos.

Posteriormente, os PMs saíram do banheiro e foram, novamente, para a parte de baixo, para fazer o isolamento do local. “O local foi isolado a partir da escada que dá acesso ao piso superior, não sendo permitido o acesso de ninguém até a chegada da perícia e da Polícia Civil”, diz trecho do depoimento.

AMIGOS DA FAMÍLIA

O PM diz se recordar de que chegaram ao local um policial civil a paisana e um militar fardado, que se identificaram como amigos da família, assim como o presidente do Clube de Tiro. “Que tanto o policial civil, quanto o PM, permaneceram na sala, reunidos com a família. O depoente diz que deixou o local durante a madrugada do dia 13, junto com os policiais civis e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec)", comenya.

Em um áudio que mostra a conversa do empresário Marcelo Cestari com um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o empresário afirma que Isabele foi vítima de uma queda e não de um tiro. No final da conversa, ele confirma que foi um disparo de arma de fogo e nesse momento, o médico do Samu diz que vai acionar a polícia também e Marcelo diz “chamar quem?” e o profissional responde: “a polícia”.

Isabele, que também morava no Condomínio Alphaville, a cerca de 500 metros da cada de Marcelo Cestari, estava na mansão em visita à amiga, filha do empresário. No mesmo dia, o namorado da filha de Marcelo esteve no local para mostrar armas do pai dele. Tanto o empresário, quando o genro e a filha, praticam tiro esportivo.

 Fonte - Folhamax 
 
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