Senadora: "CPI terá efetividade zero; será um palanque eleitoral"
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A senadora interina Margareth Buzetti (PP) afirmou que a instalação de uma CPI para investigar as suspeitas do balcão de negócios do Ministério da Educação no governo Jair Bolsonaro (PL) não terá efetividade.
Nesta semana, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou o requerimento para a instalação da CPI. Agora, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deverá lê-lo em plenário para que a comissão seja viabilizada. Pacheco, no entanto, enfrenta pressão da base governista contra a instalação.
Para Buzetti, é preciso que a Justiça Federal e a Polícia Federal deem encaminhamento às investigações, sob pena de o Senado incorrer em medidas com caráter eleitoreiro.
"Nesse momento não vai ser conduzido nada. A efetividade dessa CPI neste momento é zero. Vejo mais como um palanque [eleitoral], do que realmente investigar as ações que houve dentro do MEC", disse a senadora, que pertence ao mesmo partido do chefe da Casa Civil Ciro Nogueira.
"As ações têm que ser apuradas, sim, porém já está na Justiça e ela tem que fazer o papel dela. Eu sou contra a CPI. Agora, quando houver uma investigação e realmente for comprovada [corrupção no MEC] aí, sim. Há vinte e poucos dias das convenções, não vejo o porquê. Não vai acontecer nada", emendou.
Na semana passada, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores chegaram a ser presos pela Polícia Federal por conta de denúncias que apontavam para a existência de um balcão de negócios para a distribuição de recursos para a Educação. Eles já estão em liberdade.
A crise na Educação ganhou novas proporções com a divulgação de um áudio pela Folha de S. Paulo, no qual o então ministro afirma que prioriza amigos e indicações do pastor Gilmar Santos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
No mandado de prisão do ex-ministro, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal em Brasília, listou os possíveis crimes cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
O caso está sob investigação da Polícia Federal de Brasília.