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24/07/2018 | 10:43

Bebê morre e mãe registra B.O. contra hospital em Cuiabá

A jovem Luana Lacerda Pinto, de 21 anos, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil contra o Hospital Geral Universitário, em Cuiabá, nesta segunda-feira (23). Ela alega que a unidade de saúde insistiu em fazer um parto normal, e que isso teria causado a morte de seu filho.

 

A criança nasceu no dia 7 de julho e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu no sábado (21).

 

A mãe, que ainda está muito abalada com a morte criança, fez um protesto na tarde de hoje, com amigos e familiares, na frente do hospital. Ela afirma que vai entrar com uma ação por danos morais contra a unidade de saúde.

 

“Eu quero fazer justiça pelo meu filho, porque eu tinha esperanças de sair com ele vivo daqui”, disse 

 

A mulher conta que, apesar da criança ter ficado 15 dias internada na UTI, a pediatra do hospital já a tinha "desenganado".

 

“Disseram que eu não tinha condições de ter um parto cesárea. Mas depois que eles viram que meu útero tinha estourado e o coração do neném começou a parar resolveram fazer a cesárea de urgência. Meu filho ainda ficou internado 15 dias na UTI. A médica me falou que era só Deus para salvá-lo. Eu perguntava como estava a criança e eles só me falavam que o estado era crítico. Espero justiça”, afirmou.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

pauta morte
Protesto pela morte de recém-nascido foi feito na tarde desta segunda-feira (23), na frente de hospital

A  concunhada da jovem, Janaina Santos de Lana, de 28 anos, contou que Luana deu entrada no hospital com fortes dores pela manhã e foi levada para a mesa de cirurgia somente às 15h.

 

De acordo com ela, enquanto ainda era gestante, Luana já tinha recomendação médica de que não poderia ter um parto normal, por questões de risco, mas que, no entanto, isso teria sido ignorado pelos médicos que a atenderam.

 

Após passar várias horas sentindo dores, a jovem foi levada para a sala de cirurgia, onde lhe deram uma anestesia local e deram início ao parto.

 

“A Luana contou que logo que entrou na sala de parto sentiu o bebê mexer e depois começou a fazer força para ele sair. Ela sentiu quando o seu útero "rasgou" e depois disso eles deram uma anestesia geral e ela apagou. Quando acordou, o neném já estava na UTI”, explicou.

 

Segundo Janaina, a concunhada já tem um filho de dois anos e nunca teve problemas durante a gestação do segundo filho, até o momento do parto. E que, após isso, uma médica plantonista emitiu um laudo afirmando que ela não poderá engravidar nunca mais.

 

“Uma médica, que não foi a que fez o parto dela, emitiu esse laudo dizendo que devido a ruptura no útero dela, não poderia mais passar por uma gestação futura nunca mais pelo risco de nova ruptura.

 

Um ato de protesto está sendo realizado pelos familiares, na tarde de hoje em frente ao Hospital Geral.

 

Outro lado

 

Por meio de nota à imprensa, o Hospital afirmou que Luana entrou em trabalho de parto espontaneamente, por volta das 2h30, e que após diagnosticarem uma rotura interina – rompimento das paredes do útero - rapidamente pararam o procedimento e seguiram para uma cesariana de urgência.

 

“A criança foi assistida pelo pediatra Neonatologista logo após o nascimento, sendo encaminhada para a UTI Neonatal onde recebeu toda assistência necessária e infelizmente acabou ocorrendo o seu óbito no dia 20/07/2018 pela piora do seu quadro clínico”, diz trecho da nota.

 

Ressaltou ainda que foi prestada toda a assistência médica à paciente, conforme as normas e recomendações técnicas do Ministério da Saúde.

 

“A evolução durante o trabalho de parto ocorreu sem necessidade de qualquer intervenção externa da equipe de assistência, com a realização do acompanhamento médico e multiprofissional durante este processo”, pontuou.

 
 
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