18/09/2018 | 02:51
Três artistas marciais de Cuiabá embarcam em novembro deste ano para a China, onde irão participar do encontro da associação World Hung Kuen e de treinamentos com o grão-mestre Yee Chi Wai. Serão mais de 20 dias de imersão na cultura chinesa, onde poderão apresentar suas habilidades, trocar experiências com outros praticantes e receber ensinamentos de alguns dos mais importantes nomes do Kung Fu mundial.
A professora Giovanna Lopes, 37 anos, que irá com os monitores Guilherme Lopes e Jardel Arruda, todos da escola Bai Hu, de Cuiabá (MT), destaca que um dos locais é Foshan. Segundo ela, a cidade é especial porque foi nela que viveu Wong Fei Hung (1874-1927), grande mestre da arte marcial Hung Ga praticada por eles. "Realizado de dois em dois anos desde 2014, o World Hung Kuen foi criado por patriarcas de várias linhagens como forma de uma aproximação maior para manter nosso estilo unido e forte", salienta.
Em seguida o grupo vai para Taishan, onde mora Yee Chi Wai (também conhecido como Frank Yee), de quem Giovanna é discípula. "Lá, vamos fazer um trabalho mais aprofundado, realizando uma imersão cultural e histórica, treinando do começo ao fim do dia com um grão-mestre de uma linhagem tradicional", informa a artista marcial que faz parte da árvore genealógica do estilo Hung Ga como quarta geração (ou grau) depois de Wong Fei Hung.
Será o segundo encontro com Yee Chi Wai este ano, já que o grão-mestre estará em Cuiabá nos dias 2 e 3 de outubro para visitar a escola Bai Hu. Giovanna conta que ele divide seu tempo entre Taishan e viagens pelo mundo, com seminários nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. "Começou a vir todos os anos para cá, então o pessoal de Cuiabá agora tem o privilégio de ver ele anualmente. Hoje você consegue fazer aulas com um grão-mestre aqui em Cuiabá. Isso é incrível", comemora.
Assim como as visitas do grão-mestre, viagens como a que farão em novembro enriquecem bastante o Kung Fu desenvolvido pelos artistas marciais, explica Giovanna. "Nós cultivamos a cultura chinesa aqui na escola, mas não é a mesma coisa que estar na China, treinar lá, com a cultura deles. Vamos ter que nos virar para falar na língua deles. Meu mestre fala inglês, mas os irmãos de treino mais antigos não", conta a professora.
Segundo ela, esses momentos são muito importantes para o aperfeiçoamento da arte marcial. "Nós trazemos para Cuiabá tudo o que aprendermos lá. A gente sempre volta com coisas novas. O Kung Fu, a arte marcial de uma maneira geral, funciona como a música, você tem uma vida inteira para aprender. Meu mestre está sempre aprendendo coisas novas, aperfeiçoando e trazendo para nós. Todos ganham com isso", garante.