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12/02/2019 | 09:55

​Dois vereadores são presos e prefeito é afastado por pagamento de mensalinho a parlamentares em MT

Dois vereadores foram presos suspeitos de fazerem parte de um esquema de mensalinho em Rondolândia, a 1.600 km de Cuiabá. O caso foi divulgado nesta terça-feira (12) pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Segundo o MPE, a Justiça mandou prender três vereadores e também determinou o afastamento do prefeito Agnaldo Rodrigues de Carvalho (PP), além do bloqueio de bens dos envolvidos.

Na decisão, a Justiça decretou a prisão preventiva de três vereadores do município: Diones Miranda Carvalho, Lígia Neiva e Joaquim da Cruz pela prática do chamado 'mensalinho', em ação penal impetrada contra os três legisladores.

Dois deles, Lígia Neiva e Joaquim da Cruz, já foram presos. A primeira foi presa na noite de segunda-feira (11) nas dependências da Câmara Municipal e o segundo se entregou nesta terça-feira. O G1 tenta localizar os advogados dos envolvidos.

Diones Miranda Carvalho é o presidente da casa legislativa. A Câmara de Rondolândia ainda não se manifestou sobre a decisão da Justiça.

Na outra ação, de improbidade administrativa, a Justiça deferiu o afastamento do prefeito, além do bloqueio de bens até o valor de R$ 100 mil.

Nesta mesma ação, a Justiça determinou o afastamento das funções de vereador dos três legisladores que tiveram a prisão decretada, bem como a indisponibilidade de bens até o patamar de R$ 24 mil.

Tanto o prefeito, quanto os vereadores estão proibidos de acessarem às dependências do Legislativo e do Executivo, sem prejuízo de salário, durante a investigação.

Em nota, a Polícia Civil disse que o delegado Gilson Silveira afirmou que o presidente da casa legislativa é considerado foragido, pois ao ter percebido a aproximação dos policiais civis fugiu do local e não foi localizado.

Os envolvidos serão apresentados ao Poder Judiciário da Comarca de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, para audiência de custódia.

Investigação

De acordo com os autos, desde que assumiu a Prefeitura de Rondolândia, em 2017, o prefeito sofreu diversos entraves na administração de um grupo de vereadores.

Os parlamentares cobravam espaço no Executivo, com a nomeação de secretários por eles indicados, alojando cabos eleitorais em cargos comissionados, bem como o pagamento de determinada quantia em dinheiro a título de 'apoio' político junto ao Parlamento municipal.

Em depoimento prestado ao MP, o prefeito alegou que aceitou a pressão desse grupo de vereadores de modo que, sistematicamente entregava-lhes pessoalmente ou por intermédio de outras pessoas dinheiro para manter sua 'sustentabilidade política' no município.

O MP diz que criou-se em Rondolândia o famigerado sistema de 'mensalinhos', que nada mais é do que uma prática de compra de apoio político pelo prefeito de determinados vereadores.

Em 2018 os vereadores cassaram o mandado do prefeito após denúncias de contratações duvidosas, licitações e irregularidades no INSS dos servidores municipais. Naquela ocasião o prefeito havia alegado que era extorquido pelos vereadores desde o início do mandato.
 
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