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16/04/2019 | 09:57

Mãe reencontra filho deficiente que estava desaparecido há 5 anos

Cinco anos após sumir de sua casa, em Manaus (AM), o deficiente auditivo e mental, Alex Farias Moça, 34 anos, voltará para casa às 6h10 de quarta-feira (17), acompanhado de sua mãe, Dagmar Gomes Farias.

O reencontro ocorreu nesta segunda-feira (15) e só foi possível após a Defensoria Pública de Mato Grosso induzir vários órgãos a formar uma “força-tarefa” para identificar e localizar parentes de Alex no Estado e no país.

A ação envolveu o trabalho da Polícia Civil, do Instituto Nacional de Identificações, da Defensoria Pública do Amazonas e da secretaria de Assistência Social de Cuiabá, que a partir de janeiro de 2019, iniciaram os primeiros contatos com Alex, que buscou a Defensoria de Mato Grosso para tirar a segunda via do documento de identificação.

O primeiro contato dele com a Instituição foi no dia 11 de janeiro de 2019, quando, acompanhado de um rapaz, disse que tinha perdido seus documentos e precisava tirar a segunda via do Registro Geral (RG).

Na ocasião, ele disse que se chamava André Gomes Ferreira. Porém, desde o início foi muito difícil para a Defensoria atendê-lo em função das limitações e dificuldades de comunicação.

Uma das assistentes sociais que atou no atendimento, Eluidil Fontes, explica que ele não conhece a língua de sinais e não é alfabetizado, o que os levou a se falarem com gestos, o que dificultou o entendimento do que ele precisava. O próximo contato foi no dia 21 do mesmo mês. Na ocasião, após muita dificuldade, ele foi informado que precisaria trazer um Boletim de Ocorrência registrando o extravio dos documentos.

“Diante da situação, sem que conseguíssemos nos comunicar direito, decidimos entrar em contato com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), da Polícia Civil, e eles nos informaram, no dia 25 de janeiro, que com o nome de André G. Ferreira, existia uma identidade em Mato Grosso, mas, que após o confronto das digitais, eles verificaram que não era do rapaz que auxiliávamos”, explicou a assistente.

A partir de então, Alex passou a procurar a Defensoria diariamente para conseguir seus documentos e a equipe multidisciplinar do órgão, composta por defensores, assistentes sociais, assessores jurídicos e psicólogas, decidiu procurar a Delegacia de Homicídios e Pessoas Desaparecidas, para pedir ajuda na divulgação de sua imagem.

“Foi quando tivemos resultados concretos, com apoio da Polícia e da Imprensa”, lembrou Eluidil.

Nome verdadeiro

No dia 18 de fevereiro deste ano, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas de Cuiabá, recebeu informações da Defensoria Pública do Amazonas, relatando que André na verdade se chamava Alex e que ele fazia parte do banco de dados de pessoas desaparecidas da Polícia Civil daquele Estado. A Defensoria do Amazonas atende a mãe de Alex.

De posse das informações, a Defensoria do Amazonas buscou passagens para Dagmar vir buscar o filho e também, para levá-los de volta para casa. A DPMT conseguiu auxílio da secretaria de Assistência Social para acolher a mãe de Alex até quarta-feira.

“A mãe estava desesperada atrás dele e já tinha desistido de procurar, até que surgiu a informação de que ele estava em Cuiabá. Depois disso, ambos passaram a pedir, todos os dias, que a situação fosse resolvida logo. É muito importante ver o resultado positivo desse trabalho. Nessas horas, percebemos que a Defensoria Pública faz diferença na vida das pessoas”, disse a assistente social Nildiane Coelho.

Ela lembrou que a assistente jurídica Jezibel Magalhães, que trabalha com a coordenadora do Balcão da Cidadania, defensora pública Danielle Dorilêo, enviou ofícios para os 13 cartórios da cidade de Manaus (AM), para solicitar documentos sobre o Alex, depois que descobriram que ele havia nascido naquela capital.

“Hoje temos a certidão de nascimento dele, para entregar para a mãe. Foi uma atuação trabalhosa, mas que nos deixou muito satisfeitos”, concluiu a assistente. 
 
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