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28/08/2019 | 08:54

‘Amar entre elas’ traz programação sobre a visibilidade lésbica

Um evento que chama a atenção para a ‘Visibilidade Lésbica’ acontece em Cuiabá na próxima quinta (29) e sexta-feira (30). Com mesas e rodas de conversa sobre temas de interesse da população lésbica, desde a saúde até a participação nos espaços políticos, o evento é aberto ao público e a entrada é gratuita.

A programação de "Amor entre Elas: Existimos e Resistimos" foi pensada para acontecer no mês da visibilidade lésbica e num momento em que o assunto é latente. Só entre 2014 e 2017, o número de registros de assassinato de mulheres lésbicas aumentou 150%. A informação é resultado do projeto de pesquisa "Lesbocídio – As histórias que ninguém conta", vinculado ao Núcleo de Inclusão Social (NIS) e ao Nós: dissidências feministas, ambos projetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Nós vivemos uma conjuntura de enfrentamento a um governo de características fascistas, que coloca a educação, abertamente, como inimiga. Quem tem dado base a esse governo são homens brancos, patriarcais, que buscam exacerbar esse poder, tanto econômico quanto simbólico. Nesse sentido, nós mulheres lésbicas somos grandes inimigas do governo, assim como outras minorias políticas”, explica a professora Lélica Lacerda, diretora da Adufmat-Ssind e membro do Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Étnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind (GTPCEGDS), uma das organizadoras do evento.

Ainda participam da organização o ANDES-Sindicato Nacional - VPR Pantanal, a Associação Brasileira de Estudos de Homocultura, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, o Coletivo Tesouras do Cerrado e a ONG Livremente.

“Se a gente quer um sindicato capaz de fazer enfrentamento a esse governo, é preciso construir um sindicato como instrumento de luta, que atraia para dentro de si as minorias capazes de fazer isso. Na medida em que a gente cria um evento para debater a visibilidade lésbica dentro de uma discussão classista, a gente abre o diálogo da Adufmat-Ssind com outros segmentos e minorias, capilarizando a prática política do sindicato em setores que, até então, não tínhamos construído. É de fundamental importância a construção desse dia, aprofundando a radicalidade da crítica no movimento lésbico, e ao mesmo tempo trazendo a demanda, as pautas do movimento lésbico como uma pauta também do movimento classista e da Adufmat-Ssind. É na conjunção dessas demandas, dessas pautas políticas, que a gente vai conseguir construir, na unidade da prática, um movimento capaz de derrubar o governo e construir outra sociedade", completa a professora.

O evento começa na quinta-feira (29) com duas mesas, e, na sexta-feira (30), haverá duas rodas de conversa. A programação será encerrada com um sarau no final da tarde. Confira a programação completa na galeria. Não há necessidade de inscrições prévias. 
 
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