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06/09/2019 | 10:58 - Atualizada: 06/09/2019 | 11:18

Audiência Pública debate abandono dos casarões do centro histórico de Cuiabá

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso realizou uma Audiência Pública para debater o abandono do Centro Histórico de Cuiabá.
Conforme o promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva frisou, o MPE não é o órgão que dará solução ao problema, mas garantiu que está acompanhando a situação. “Em nome da sociedade, vamos cobrar ações naquela região, acionar os órgãos que têm que fazer esse trabalho de planejamento e de ações preventivas no Centro Histórico”.


A Audiência Pública foi promovida pela 29ª Promotoria de Justiça de Defesa Ambiental e da Ordem Urbanística, no Auditório da Sede da Promotoria de Justiça da Capital. O evento foi realizado com objetivo de discutir com o Poder Público, a sociedade e demais interessados.

Conforme relatório parcial do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atualmente 98 imóveis localizados no Centro Histórico de Cuiabá estão abandonados, sendo que 43 apresentam risco de cair. Os outros 55 ainda não foram vistoriados.

Para a Superintendente do IPHAN, Amélia Hirata, a Audiência é uma oportunidade de ouvir os autores envolvidos nesse processo, principalmente na preservação do Patrimônio Cultural.

A expectativa é que a partir dessa discussão, que eu entendo ser bastante construtiva, a gente consiga pensar junto com os entes, possibilidades para agirmos de uma maneira muito mais positiva e efetiva na conservação e preservação desse Centro”, afirmou.


Na lista de imóveis abandonados constam prédios localizados na Praça do Rosário, na Avenida Tenente Coronel Duarte, nas Ruas: Pedro Celestino e Barão de Melgaço, e no calçadão Ricardo Franco, Voluntários da Pátria e Sete de Setembro.

O Secretário Municipal de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo, informou que o Poder Executivo está traçando diretrizes para a região, realizando ações pontuais em parceria com o IPHAN e tomando medidas na área de infraestrutura como recapeamento das ruas e recuperação de casarões e praças.

Vamos além, estamos deliberando um plano de gestão efetivo para o Centro Histórico, uma vez que não podemos pensar somente no hoje ou amanhã. As diretrizes têm que ser tratadas para os próximos 30, 50 anos. Além disso, não deve ser pensado apenas no aspecto patrimonial, temos que pensar no aspecto social, econômico e em toda estrutura para que possamos dar vida  ao local e sustentabilidade”, argumentou.


Alguns empresários do Centro Histórico da Capital também participaram da audiência. Renato Calhao tem um imóvel que está fechado e questionou a falta de atenção do Poder Público.

Não adianta recuperarmos sem dar ocupação, se não tiver uma vontade política de transformar aquilo no orgulho da nossa cuiabania. O que vemos hoje são grandes lançamentos, novidades, e a origem da nossa cidade está absolutamente abandonada. Não é certo comemorarmos os 300 anos da cidade em um Shopping e não olharmos para o Centro Histórico”, argumentou.
 
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