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19/03/2020 | 12:23

Itália prolonga quarentena para evitar novos contágios

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou nesta quinta-feira que vai prolongar a quarentena na Itália, o país mais afetado pelo novo coronavírus na Europa. Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o premier informou que vai estender o período de isolamento obrigatório e o fechamento das escolas, universidades e da maioria do comércio. As medidas estavam previstas para terminar entre o final deste mês e início de abril. Conte, porém, não informou até quando elas vão ser válidas. 

Pelos prazos atuais, a ordem é de que a maioria das lojas permaneça fechada, exceto as que vendem comida e farmácias, até pelo menos 25 de março. Já as escolas e universidades iriam ficar interditadas até 3 de abril. 

— As medidas adotadas, tanto o encerramento das atividades quanto a referente à escola, só podem ser estendidas. Estamos prontos para liberar dezenas de bilhões de investimentos públicos — disse Conte, em entrevista.

A população também está proibida de ir às ruas, exceto para trabalhar em serviços essenciais, por motivos médicos ou em casos de emergência. Autoridades italianas informaram que as medidas drásticas são necessárias porque muitos não estão respeitando o isolamento obrigatório, fazendo com que mais pessoas adoeçam. 

 Na última quarta-feira, a Itália registrou 475 mortes em 24 horas, o número mais alto em um país até agora. Até o momento, houve 2.978 mortes no país e mais de 35 mil pessoas contaminadas. A situação chegou ao ponto de os cemitérios não terem mais espaços para os corpos, que estão sendo carregados em caixões pelo Exército para serem cremados. 

Pandemia paralisa outros países no continente

O governo francês informou que deve prorrogar a quarentena no país, caso os riscos da Covid-19 persistirem. A medida foi anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na última segunda-feira e estava prevista para durar duas semanas. 

— Temos apenas um objetivo, que é vencer a guerra contra o COVID-19 — disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, em entrevista à rádio Europe 1.

Cerca de 100 mil policiais se espalharam por toda a França para garantir o isolamento obrigatório. A ordem é que as pessoas devem ficar em casa e só saiam para comprar mantimentos, ir ao trabalho quando for imprescindível, se exercitar sozinhos ou procurar ajuda médica. Só na última quarta-feira, 4 mil pessoas foram multadas por infringir a restrição. 

A medida provocou um êxodo em massa de Paris para o interior. No país, 264 morreram pela doença e mais de 9 mil foram diagnosticadas.  

A Espanha também aderiu ao isolamento obrigatório. Os espanhóis estão em casa desde sábado, com exceção para passeios essenciais. A medida, conforme a publicação no Diário Oficial do país, está prevista para durar por 15 dias. A Espanha é o segundo país europeu mais afetados e teve, até o momento, 767 mortes e 17.147 casos confirmados da Covid-19. 

Na Alemanha, a ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, informou que as Forças Armadas se preparam para ajudar nos esforços para enfrentar a crise do novo coronavírus, caso outras organizações públicas fiquem sobrecarregadas com a pandemia. 

— Estamos nos preparando para o pior cenário, em que um grande número de pessoas se infecte. Assim, nós teremos os recursos humanos para ajudar — disse a ministra.

Kramp-Karrenbauer informou ainda que o Exército já havia chamado centenas de médicos da reserva das Forças Armadas e que a corporação seria capaz de proteger a infraestrutura crítica para lidar com a crise, além de distribuir equipamentos médicos e medicamentos, caso fosse necessário.

No Reino Unido, informações desencontradas
O Reino Unidos deixou em alerta cerca de 20 mil militares da reserva e, em Londres, dezenas de estações de metrô amanheceram fechadas nesta quinta-feira. No entanto, apesar da situação, o governo britânico foi a público informar que não há planos restringir os meios de transporte na capital e que não pretender utilizar o Exército para conter a pandemia do novo coronavírus, o que deve continuar a ser feito pela polícia. 

O anúncio foi feito pelo porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que tem sido bastante criticado pela forma que tem lidado com a doença na nação. 

— Não há nenhuma perspectiva de restrição de se locomover dentro ou fora de Londres — disse o porta-voz. 

Johnson foi muito criticado pela forma que estava lidando com a crise no Reino Unido, adiando a imposição de medidas rígidas tomadas em outros países europeus. Na última segunda-feira, o premier reviu sua estratégia e pediu à população que evite qualquer “contato não essencial” e as “viagens desnecessárias”, trabalhando de casa e não frequentando bares, restaurantes, teatros e outros eventos sociais.

Depois de ordenar o fechamento de escolas, Johnson disse, na quarta-feira, que o governo não descartou nada quando perguntado se adotaria medidas para impor o isolamento obrigatório em Londres — contradizendo a fala desta quinta.

Por sua vez, autoridades londrinas afirmaram que fecharia até 40 estações de metrô até um novo aviso do governo e reduziria outros serviços, incluindo ônibus e trens. 

— As pessoas não devem se locomover de maneira alguma, a menos que realmente, realmente, precisem — disse o prefeito de Londres Sadiq Khan.

Até o momento, a Grã-Bretanha registrou 104 mortes por coronavírus e 2.626 casos confirmados, mas consultores científicos do Reino Unido dizem que mais de 50 mil pessoas já podem estar infectadas.

Fonte: O Globo 
 
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