A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou os crimes praticados pelo delegado Geordan Fontenelle, preso na 'Operação Diaphthora', deflagrada em abril deste ano. Ele é acusado de chefiar um verdadeiro ‘gabinete do crime’ em Peixoto de Azevedo (674 km de Cuiabá), onde atuava, e foi indiciado por corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e falsidade ideológica.
O investigador Marcos Paulo Angeli, também alvo da ação policial, foi indiciado por corrupção passiva e associação criminosa. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, que já ofereceu denúncia contra as duas autoridades policiais.
Na quinta-feira (16), a Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) soltou o delegado. A decisão que determinou a soltura levou em consideração parecer favorável do Ministério Público. No entanto, a Justiça impôs medidas cautelares.
Dessa forma, Geordan será monitorado por tornozeleira eletrônica, permanecerá afastado do cargo e teve o porte de arma suspenso.
OPERAÇÃO DIAPHTHORA
Fontenelle começou a ser investigado pela própria corporação depois que o Núcleo de Inteligência da Corregedoria Geral da Polícia Civil recebeu denúncias sobre o envolvimento de policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo em situações como a solicitação de vantagens indevidas, advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial, caracterizando a formação e uma associação criminosa no município.
A apuração demonstrou que o delegado recebia propina mensal de garimpeiros da cidade. O 'mensalinho' era repassado pela Cooperativa dos Garimpeiros de Peixoto (Coogavepe) ao delegado em troca de favorecimento a eles. Em conversas interceptadas nas investigações, Fontenelle admite receber a propina e demonstra preocupação com o provável fim do repasse em função da deflagração da 'Operação Hermes', da Polícia Federal, que mirou o comércio ilegal de mercúrio.
Geordan Fontenelle foi preso no dia 17 de abril no bojo da 'Diaphthora', que descortinou a existência de uma associação criminosa composta por policiais civis, advogado e garimpeiros da região de Peixoto de Azevedo. Além das vantagens ilegais, a polícia constatou a prática de advocacia administrativa e ainda o assessoramento de segurança privada pela autoridade policial.