Carlinhos Bezerra passa por audiência e juíza mantém prisão
A Justiça manteve a prisão preventiva do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu confesso pelo assassinato da ex-companheira Thays Machado e do namorado dela Willian Cesar Moreno. O crime ocorreu em janeiro do ano passado.
Carlos Alberto passou por audiência de custódia, conduzida pela juíza Ana Graziela Vaz Correia, no Fórum da Capital, no início da tarde desta quarta-feira (28). Ele foi preso pela manhã por descumprir medidas cautelares.
O empresário estava preso em casa, com tornozeleira eletrônica, e proibido de deixar a residência sem avisar a Justiça. Ele, no entanto, saiu de casa ao menos nove vezes sem consentimento, como apontou relatório da central de monitoramento eletrônico.
Na decisão que determina a prisão preventiva de Carlos Alberto, a juíza mostra que ele saiu de casa nove vezes sem autorização judicial, sendo a maioria delas em fevereiro.
Veja:
1ª - No dia 29 de novembro, uma quinta-feira, o empresário saiu de sua casa no Bairro Santa Rosa foi até às proximidades da Avenida Fernando Corrêa, sem a devida autorização judicial.
2ª - No dia 1º de fevereiro, uma quinta-feira, o empresário saiu de sua casa e se deslocou duas quadras de distância, se ausentando de seu domicílio.
Essa saída, a juíza afirmou que não contaria como descumprimento da cautelar porque o sistema GPS pode apresentar “inconsistências” na leitura do aparelho.
3ª - No dia 09 de fevereiro, uma sexta-feira e no dia 17 de fevereiro, um sábado, o empresário deixou sua residência até a região do Bairro Jardim Cuiabá, também sem a devida autorização judicial.
4ª - No dia 15 deste mês, uma quinta-feira, Carlos Alberto disse que teria algumas consultas médicas, mas não compareceu a nenhuma delas.
“Todavia, extrai-se do relatório de monitoramento do período demonstrado de 15/02/2024 00:00:00 até 15/02/2024 12:00:00, que na referida data o requerido sequer compareceu no Hospital Santa Rosa, se deslocando, inclusive, em direção contrária ao referido hospital”, disse a juíza.
5ª - No dia 16, uma sexta-feira, a defesa do empresário afirmou que ele tinha duas consultas médicas, uma às 8h30 e outra às 10h30, sem mencionar nada a respeito de consultas no período da tarde.
No entanto, do meio-dia até a meia-noite, o empresário saiu de casa até as proximidades dos bairros Jardim Cuiabá e Goiabeiras.
6ª - No dia 22, uma quinta-feira, o empresário saiu de casa e saiu por diversas regiões de Cuiabá; a decisão não detalha em quais bairros ele foi.
7ª – Também naquele dia, só que entre o meio-dia e a meia-noite, Carlos Alberto foi até o bairro Areão.
8ª - No dia seguinte, 23 de fevereiro, de meia-noite ao meio-dia, o empresário foi novamente ao bairro Jardim Cuiabá.
9º - No dia 26, uma segunda-feira, também foi constatado que o empresário deixou sua residência para ir até o bairro Jardim Cuiabá.
Defesa
A defesa de Carlos Alberto, feita pelo advogado Francisco Faiad, negou que ele tenha descumprido as cautelares e que apenas saiu de casa para realizar tratamentos médicos e odontológicos.
Faiad ainda apresentou laudos médicos apontando que o réu é hipertenso, diabético e tem depressão e necessidade de cuidados médicos especiais. Por isso a prisão preventiva deveria ser revogada. A magistrada não acatou a pretensão da defesa.
O empresário, embora possua diploma de ensino superior, não tem direito a cela individual.
Ele será encaminhado para um presídio da Capital, a ser definido pelo Sistema Prisional.
Relembre o caso
Thays havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime ocorreu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe usado para buscar o namorado no aeroporto.
Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.
De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela "emoção de vê-la se relacionando com outro homem".
Durante as investigações, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente teria ocorrido há cerca de 45 dias.
A polícia descobriu que Thays Machado era monitorada pelo ex-namorado por meio de uma ‘central de controle’, com informações detalhadas do dia a dia da vítima. Na casa do investigado, foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a mulher frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e, depois, imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima.
Os investigadores encontraram ainda um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento.