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Entrevistas

17/08/2020 | 18:31

"Então a minha recomendação não é o PCR e nem o teste rápido, eu recomendo o exame clinico"

Caio Dias


Os planos de saúde estão obrigados, desde a última sexta-feira (14), a cobrir exames para detecção do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca a covid-19. A decisão, tomada ontem pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar, prevê a cobertura para a pesquisa de anticorpos IgC ou anticorpos totais e foi publicada no Diário Oficial da União.

Por esses e outros assuntos conversaremos com a infectologista Leticia Rosseto.

É importante agora que os planos de saúde continuem cobrindo os testes de detecção?

“Com certeza, é extremamente importante principalmente para que possamos rastrear o diagnóstico etiológico, a verdadeira origem da insuficiência respiratória. Então a doença causada pelo novo coronavirus, tem um comportamento diferente das outras doenças no sentido de que ela não piora no começo e melhora depois, ela piora do nono ao 11 dia, então muitas vezes durante os sete primeiros dias, o paciente não vai sentir sintomas específicos e não vai pensar em procurar ajudar, e quando chegar até o médico muitas vezes ele já tem mais de uma semana de sintomas e precisam do diagnostico etiológico, para tratar da forma mais correta ou inclusive para descartar nesse sentido, o teste rápido e o exame sorológico que tem que ser feito após sete ou 10 dias, porque  pode dar um negativo mesmo com a doença se for feito antes disso, vai nos ajudar bastante para que possamos direcionar uma forma mais responsável do tratamento do paciente”. Comentou Leticia Rosseto. 

O teste rápido seria o do sangue?

“O teste rápido é aquele que faz em uma plaquinha de plastico, onde coloca o sangue na hora e o resultado sai após 10 minutos, ele é um teste antigênico. Já o sorologico faz com o sangue que coletamos do braço, onde é levado para um laboratório onde é centrifugado, separado o plasma, e isso nos da mais evidencias de positivo na presença de doença e isso deixa o teste mais sensível, e também é um metodo indireto. O sorologico usa anticorpos, e o teste rápido vai usar antigenos e muitas vezes anticorpos, depende da placa que será utilizada”. Comentou a médica. 

Existe algum teste recomendado antes dos sete dias?

“Antes dos sete dias, o indicado é o RT-PCR, que é coletado pela secreção da nasofaringe. Mas é errado falar o teste do cotonete, porque alguns laboratorios hoje estão oferecendo esse teste com resultado de duas horas, mas na verdade eles estão fazendo na verdade o mesmo teste da plaquinha, mesmo teste sorologico do sangue, eles estão fazendo com a secreção do nariz e por isso o resultado sai em duas horas, mas na verdade é o mesmo raciocionio do sangue que é dar positivo em sete dias. Então ao falar do teste do cotonete, isso é esperteza porque a população não sabe que o metodo é diferente, e ao falar cotonete fica aberto, e na realidade antes dos sete dias, do terceiro até o quinto dia do sintoma, o teste mais acertativo e que se der positivo com a presença de doença, não dando um falso positivo é o RT-PCR, que significa ver o RNA o componente genetico desse virus, dentro da sua mucosa nasal”. Completou Leticia Rosseto. 

Porque o RT-PCR demora para sair, chegando até 10 dias?

“Isso depende do laboratorio, pois existem alguns que demoram até mais tempo, mas tem outros que já tem a proposta, de 48 horas para dar o resultado. O diagnostico da infecção por Covid, ela não é apenas laboratorial,  depende também de imagem tomografica, clinico atraves dos sinais dos sintomas, e por isso que tem que ser tratada com um especialista, que compreenda a doença e caso o exame não saia antes dos 10 dias, ou antes das 72 horas, como existem laboratorios que já fazem inclusive em Cuiabá, e tem alguns que tem a maquina PCR aqui no estado e não mandam para fora, então alguns laboratorios estão atrasados em relação a isso. Inclusive o médico na persistencia da suspeita vai fazer o teste sorológico, quando der mais de sete dias, ele vai tratar o paciente e acompanhá-lo independente de positivo ou negativo”. Comentou Leticia Rosseto.

 Agora qual o melhor exame recomendado?

“O exame que eu recomendo é o clinico, procure seu médico, um infectologista e seja examinado por ele, para que pense nos sinais dos sintomas. As pessoas estão gastando absurdamente, porque tem um ou dois sintomas fazem o teste rápido na hora e esse teste dará negativo na presença de doença, e com o dinheiro gasto já teria procurado um auxilio médico, e teria sido acompanhado de forma mais coerente. Então a minha recomendação não é nem o PCR e nem teste o rápido, eu recomendo o exame clinico”. Finalizou a médica Leticia Rosseto.
 
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