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16/04/2021 | 08:24

Microgeradores de energia ficam revoltados com cobrança de taxa em fatura

Energisa incluiu cobrança de ICMS sobre energia de painéis solares

Redação Tv Mais News

Microgeradores de energia ficam revoltados com cobrança de taxa em fatura

Foto: Reprodução/Internet

Embora a geração de energia fotovoltaica esteja em expansão, medidas recentes podem ameaçar o seu crescimento em Mato Grosso. Neste mês houve aumento na fatura de energia elétrica dos consumidores que produzem a energia em sua propria residência.

A mais conhecida dessas medidas é proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que quer aumentar a taxação sobre o uso dos sistemas de transmissão e distribuição de energia, como forma de compensar os investimentos criados em infraestrutura pelas empresas concessionárias do sistema. A proposta está na pauta da Câmara Federal e foi apelidada de ‘taxação do sol’.

A medida da Aneel já resultou em grandes debates, mas não é a única a causar polêmica com os usuários da energia solar em Mato Grosso. Recentemente, os consumidores que têm painéis solares foram surpreendidos com o aumento do ICMS cobrado em suas faturas de energia. Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, o deputado Faissal Calil (PV) afirma que a cobrança é ilegal.

“Não há fato gerador. Tem até uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre isso, porque não configura como fato gerador, porque não houve circulação da mercadoria. A energia é tida como uma mercadoria, e o artigo 155 da Constituição Federal prevê que há cobrança quando há circulação de mercadoria, ou seja, quando há transferência de titularidade. No caso da energia fotovoltaica, se eu produzo a minha energia e jogo na rede, tenho a compensação dela. Agora se eu produzo a energia e vendo ela, aí há incidência”, argumentou.

O parlamentar destacou que propôs, em 2019, a isenção da cobrança de ICMS para os micro-geradores de energia até dezembro de 2027. “Já pagamos pelo sistema de distribuição, a gente já paga uma taxa mínima, que inclusive dentro dessa taxa mínima já pagamos ICMS, então vai cobrar duas vezes o ICMS? Isso não pode, é ilegal [..]”, apontou.

Segundo ele, é preciso decidir se o ICMS será cobrado sobre a taxa mínima de energia ou sobre a TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição). “Existe um lado positivo da energia solar que eles não querem ver para favorecer as concessionárias, hidrelétricas e termelétricas. A intenção é desaquecer o mercado da energia solar, para se manter no mercado e se manter sólido”.

Procurada pela reportagem, a Energisa informou, por meio de nota, que o tributo cobrado nas faturas de abril é referente ao uso do sistema de distribuição de energia elétrica (TUSD). Esse valor não é destinado à empresa. Ele é arrecadado pela distribuidora em atendimento a uma legislação estadual, e integralmente repassado para o Poder Público. A TUSD é definida e regulada pela Aneel e cobrada em todo o país.

4º maior produtor e crescendo

Mato Grosso é a quarto maior produtor de energia solar no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. De 2019 para cá, houve um crescimento de 200% nos pedidos de análises para a inclusão de energia fotovoltaica na rede da concessionária do estado.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSolar), em recente mapeamento, Mato Grosso acaba de ultrapassar a marca dos 300 megawatts operacionais em geração distribuída a partir da fonte solar. O estado possui atualmente 18.516 sistemas em operação, que abastecem 18.753 consumidores. Além disso, 99,3% dos 141 municípios mato-grossenses já possuem pelo menos um sistema solar fotovoltaico em funcionamento.

Os dados da ABSolar colocam Cuiabá como um dos destaques em geração de energia fotovoltaica. A capital é a segunda cidade no ranking nacional de geração distribuída, com 48,4 MW operacionais e 1,1% de toda a produção nacional nesta modalidade.

POTENCIAL DESPERDIÇADO - Estudos realizados no estado apontam que o nordeste de Mato Grosso é a região que possui maior taxa de insolação, representando grande potencial para a geração de energia solar. No entanto, a região é formada por 22 municípios, com cerca de 248 mil habitantes, representando apenas 6,35% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e uma renda média muito abaixo da média estadual. Como resultado, esse potencial de geração ainda não é aproveitado.







FONTE: ESTADÃO MATO GROSSO

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