Mato Grosso,
Quinta-feira,
2 de Maio de 2024
informe o texto a ser procurado

Notícias / Cidades

03/01/2022 | 07:16

Primeiro ano do mandato de Kalil é marcado pela falta d’água; principal mote da campanha segue sem solução

Redação TV Mais News

Foto: Reprodução
 

Quatro dias após tomar posse como prefeito de Várzea Grande, na data em que apresentou seu secretariado, Kalil Baracat (MDB) voltou a apresentar à imprensa o que foi o mote de sua campanha eleitoral. Afirmou que a questão da água e a pandemia de Covid-19 seriam as prioridades de sua gestão.
 
Especificamente para a famosa “questão da água”, o prefeito citou uma estação que estava em construção e disse que colocaria a responsabilidade para o gabinete. “É um compromisso de campanha e vou estar junto acompanhando a evolução das obras. Temos uma parceria no Chapéu do Sol com uma nova construção de estação de tratamento, que o município vai assumir e atender toda aquela região, então a gente tem muita coisa em andamento. E vamos priorizar que com maior rapidez a gente possa estar concluindo as obras e levando o produto que é a vida, que é a água da cidade”, disse, em 4 de janeiro de 2021.
 
A agonia do povo várzea-grandense, no entanto, não diminuiu durante o primeiro ano da gestão de Baracat. Em outubro, por exemplo, o Olhar Direto conversou com moradores que contaram que tinham que recorrer a poços artesianos para suas necessidades básicas. Em agosto, cidadãos protestaram com baldes, cartazes e roupa suja em frente à Prefeitura Municipal, lamentando o fato de estarem pagando a fatura, mas não recebendo a água na torneira.
 
A solução não aparecia. Tanto que em setembro o deputado federal Emanuelzinho (PTB) – candidato derrotado à Prefeitura de VG em 2020 - se reuniu com Kalil Baracat e os vereadores do município para discutir uma proposta de que a cidade industrial comprasse água de Cuiabá. Na ocasião, o emedebista sinalizou que, inicialmente, a proposta era inviável técnica e economicamente, e o parlamentar se colocou à disposição para ajudar a solucionar o problema.
 
Nomeado por Kalil para presidência do Departamento de Água e Esgoto (DAE), o ex-secretário adjunto de Agricultura Familiar do Estado de Mato Grosso, Carlos Alberto Simões, chegou a afirmar em agosto que apesar de haver a ‘sensação’ de que há menos água sendo distribuída na cidade, o problema era inverso: maior consumo no tempo seco. Simões afirmou que o município distribui “o que tem”, mas há planejamento para que sejam construídas outras unidades de tratamento e, assim, diminua o sofrimento dos várzea-grandenses.
 
Em setembro, ele disse que para resolver o problema de abastecimento seria necessário investimento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, durante pronunciamento na Câmara Municipal, onde ele compareceu para prestar esclarecimentos depois de um convite foi feito pelo primeiro secretário da Mesa Diretora, o vereador Bruno Rios (PSB). "Temos cerca de 5000km de adutora de amianto e isso precisa ser trocado, ou seja, precisamos cortar a cidade inteira, como por exemplo a Couto Magalhães e a Filinto Muller. Acredito que precisa ser investido em torno de R$1,5 bilhão", destacou.
 
Na mesma época, quando Mato Grosso ainda penava com a falta de chuvas, Kalil pediu ‘paciência’ à população, e disse que o problema da falta d’água não era exclusivo de Várzea Grande. No dia 16 de agosto, assinou contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF) na ordem de R$ 90 milhões, dos quais R$ 20 milhões seriam destinados para a construção de estações de tratamento de água e o restante para asfalto.
 
Kalil relembrou que a solução da falta de água é um compromisso feito durante a campanha de 2020 e que as obras previstas para até o fim de seu mandato, em 2024, serão suficientes para atender a demanda da população. Em relação a recorrente possibilidade de concessão dos serviços, que hoje é operado pelo DAE, o prefeito pontuou que o tema não é prioritário, até que os investimentos previstos sejam totalmente realizados.
 
A construção da ETA do Chapéu do Sol, prometida por Kalil em 4 de janeiro, só recebeu os recursos em novembro, quando o Governo do Estado decidiu intervir e anunciou o repasse de R$ 26.994.637,07 para o município. A Prefeitura teria que dar uma contrapartida de R$ 1.420.770,38 e seria responsável por executar a obra, que ainda não começou. A previsão é que a ETA Barra do Pari seja construída na Estrada da Passagem da Conceição, com uma capacidade de captar 250 litros de água por segundo.
 
No dia 20 de dezembro, foi inaugurada, com participação do governador Mauro Mendes, a Estação de Tratamento de Água (ETA) no bairro Cristo Rei. No local, serão 27 milhões de litros novos de água. A ETA foi implantada com recursos próprios do município e visa atender 72 bairros. Na oportunidade, o governador Mauro Mendes ainda lembrou do convênio já assinado com a prefeitura de Várzea Grande para a construção da ETA Barra do Pari, no bairro Chapéu do Sol, que tem a previsão de atender 30 bairros e solucionar o abastecimento de água na cidade.
 
Outros problemas
 
Não foi só a falta d´água que deu ‘dor de cabeça’ aos várzea-grandenses em 2021. No início do mês de dezembro, um grupo de servidores da educação municipal de Várzea Grande foi cedo para frente da Câmara de Vereadores cobrar apoio dos parlamentares para que a categoria fosse recebida pelo prefeito Kalil Baracat (MDB).
 
Com cartazes nas mãos, os manifestantes cobraram que o gestor cumprisse as leis, especialmente a que determina a aplicação da integralidade dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) no planejamento de recuperação do ganho salarial (recomposição salarial) e pagamento das dívidas com os trabalhadores.
 
De acordo com o presidente do Sintep/VG, professor Juscelino Dias de Moura, a categoria só havia sido recebida pelo prefeito em janeiro e, desde então, cobrava a aplicação dos recursos da Educação de maneira correta na valorização dos trabalhadores, corrigindo a defasagem salarial e restituindo o poder de compra dos profissionais da educação.
 
Em relação aos transportes, Kalil não comprou a ideia do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), de realizar um plebiscito para escolher entre o BRT e o VLT nos dois municípios. Em fevereiro, disse que ele ‘poderia ser desnecessário’, e em maio já se posicionou firmemente a favor do BRT, pedindo, inclusive, que as obras começassem pelo município de Várzea Grande, segundo ele, “o mais prejudicado”.
 

 
 
Fonte: OLHARDIRETO


 
 
Assista Ao Vivo
 
Sitevip Internet