Com o avanço da vacinação, a COVID-19 deixou de liderar o ranking de mortes por doenças no Brasil. Patologia como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, voltou a ser as causas mais comuns de óbitos no país. Segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, nos primeiros seis meses de 2022, 56.038 pessoas morreram por AVC. Neste período, 48.763 pessoas faleceram pela infecção pelo coronavírus.
Em Mato Grosso, 1.100 pessoas já morreram em decorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) neste ano. O número de vítimas fatais é o maior dos últimos 4 anos no Estado e também supera as mortes registradas por covid-19 (1.054) no mesmo período. Os registros vêm crescendo de forma alarmante e dados apontam aumento de 68,7% no número de óbitos em Mato Grosso desde 2019, quando foram contabilizadas 652 mortes. Mundialmente é identificada uma morte a cada 6 segundos pela doença, conhecida popularmente como derrame, que é uma das principais causas de morte ou incapacidade com sequelas permanentes no mundo.
No próximo dia 29 de outubro é comemorado o Dia Mundial do AVC. A data tem como objetivo alertar sobre os riscos, a prevenção e também a importância do reconhecimento dos sintomas e do atendimento rápido aos pacientes.
O neurologista José Alexandre Borges de Figueiredo Júnior faz o alerta para importância da identificação e do socorro da vítima no surgimento dos primeiros sintomas. De acordo com ele, qualquer alteração associada a questões neurológicas são relevantes e precisam ser investigadas. Nesse sentido, lembra que cada vez mais a população precisa ser orientada sobre os principais fatores de risco, como eles podem ser evitados e quando buscar atendimento médico.
Segundo José Alexandre, o AVC ocorre quando há um rompimento ou entupimento dos vasos que levam sangue para o cérebro e existem dois tipos, sendo o isquêmico e o hemorrágico. O mais frequente deles, o isquêmico, ocorre quando um dos vasos do sistema circulatório que fazem o suprimento do sangue e oxigênio no cérebro é entupido ou obstruído e corresponde a cerca de 80% dos casos. “Nesse caso, quando o paciente é rapidamente atendido é possível reverter o quadro de entupimento e a pessoa sair sem nenhuma sequela”.
Há ainda o AVC Hemorrágico, causado por sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo e tende a ser mais grave que o isquêmico. “Geralmente são os casos mais graves, pois o sangue derrama no cérebro”.
Independente de qual o tipo do AVC o médico esclarece que é primordial o socorro. “O atendimento precoce salva vidas e muda histórias. Qualquer sintoma suspeito precisa ser levado a sério”.
Com informações A Gazeta
