Devido à falta de repasses da Secretária Municipal de Saúde (SMS), o Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan) poderá paralisar suas atividades a partir do dia 31 de janeiro. A unidade está sem receber pagamentos para subsidiar os tratamentos desde outubro e a dívida acumulada soma R$ 16 milhões. A unidade especializada atende pacientes de todo o estado.


Na última quinta-feira (18), o presidente do HCan, Laudemi Moreira Nogueira, notificou a Secretária Municipal de Saúde (SMS) sobre a pendência financeira que já acumula R$ 6.376.181,50 dos últimos 4 meses. O gestor pontua que os atrasos são recorrentes por parte da Saúde, seja sob a gestão municipal ou intervenção do Estado.


“Há tempos estamos sofrendo bloqueios judiciais por falta de pagamento de fornecedores de vários insumos. Medicamentos e gases (oxigênio) estão suspensos. Profissionais e médicos sem o recebimento no tempo devido informam que não trabalharam sem a regularização do pagamento”, consta no documento.


O texto ainda afirma que há anos o hospital sofre com atrasos de repasses, além da apropriação indevida de recursos provenientes de emendas parlamentares.


O referido documento também foi encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde (SES), Câmara de Vereadores de Cuiabá, Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e Ministério Público Estadual.


Por meio das redes sociais, o presidente afirmou que o Hospital de Câncer possui R$ 16 milhões para receber do município e pede a formalização de um calendário de pagamentos. O montante diz respeito a diferentes pendências.


“Tomamos uma decisão muito dolorida, que é a suspensão dos atendimentos se não houver o pagamento de pelo menos parte deste valor, R$ 7 milhões. Se o pagamento não acontecer até o dia 30 de janeiro, no dia 31 suspenderemos os atendimentos”, alertou em vídeo.

GD