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Entrevistas

25/08/2020 | 22:34

Como estudar para o Enem durante esse tempo de pandemia

Caio Dias

A pandemia de Covid-19 mexeu com a rotina dos estudantes pelo mundo, o que também atingiu os alunos no Brasil. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vários vestibulares do país foram transferidos para 2021, dando aos participantes mais segurança e tempo para que possam se preparar.
Enquanto o retorno às aulas presenciais ainda é algo incerto que gera dúvidas e receios em grande parte da população, apesar da volta às escolas já ser uma realidade em alguns locais do Brasil, os estudos em casa devem continuar para que não haja prejuízo para os alunos.

Por isso vamos conversar com uma pessoa que é especialista em ajudar estudantes a passar no Enem, o professor Carlos Leão.

Em que situação está o Exame Nacional do Ensino Médio, cancelado, prorrogado?

“Hoje o Enem já tem data marcada, foi prorrogado para janeiro, as provas escritas para o dia 17 e 24 de janeiro. Então a data está confirmadíssima e eu quero crer que até lá tenhamos as condições de fazer essa aplicação. Dia 17 teremos a prova de linguagens, humanas e a redação, já no dia 24 nós temos a ciência da natureza e matemática”. Comentou o professor Leão.

Como participar do Enem, sem ter aulas presenciais, já que alguns milhares de alunos não conseguem acompanhar aulas online?

“Na escola em que trabalho, estamos com as aulas desde abril, o que infelizmente não aconteceu com as escolas publicas estaduais que começaram muito recentemente o ano letivo. Hoje nós vivemos duas realidades distintas, as escolas privadas já iniciaram os trabalhos assim que houve o decreto da suspensão das aulas, elas se prepararam em tempo recorde com os professores se preparando para ministrar essas aulas não presenciais desde abril, e as escolas públicas ainda não iniciaram a todo vapor essa preparação. O Enem está com as datas mantidas para o dia 17 e 24 de janeiro”. Declarou o professor.

Qual é a estratégia para um bom desempenho no Enem?

“É possível ter um bom desempenho nessas condições que são tão adversas, o primeiro ponto importante é ter uma rotina de estudos diários, mesmo para aqueles alunos que não tem essa preparação ritmada diária e por estarem matriculados em uma escola pública, é possível ele administrar esse processo também. Uma dica importante é o aluno se aproximar das provas anteriores do Enem, então temos um bom histórico de provas, desde 2009 o Enem tem esse formato de 90 questões e a redação no primeiro domingo, e 90 questões no segundo domingo, então isso é possível, basta ter acesso a uma internet, consultar essas provas anteriores e ter um ritmo de resolução delas. Já aqueles que estão tendo a preparação com as aulas não presenciais, eles precisam também, além do horário das aulas que normalmente é no período matutino e garantir a preparação no período do contraturno, e de várias formas, realizando simulados, lista de exercícios e afins. Uma questão importante é produção de texto, porque sei que no dia 17 de janeiro terei que produzir uma redação dissertativa, onde terei que apresentar uma proposta de intervenção, e isso está posto lá e o que posso fazer para a minha preparação e fazer esses exercícios”. Comentou Leão,

Qual é o peso da redação no Enem?

“A redação compõe a quinta nota, então tenho quatro notas que saem das quatro áreas que são: Linguagens, Natureza, Humanas e Matemática, e a redação compõe. No caso de ingresso na UFMT, as cinco notas tem o mesmo peso, somando as cincos e divido por cinco e então tenho a média do SISU, que é justamente ela que garantirá a minha classificação. Então a redação representa 1/5 dessa média”. Declarou o professor.

Qual o tema que os alunos tem que se preparar para essa redação?

“O que temos percebido ao longo desses anos, que o Enem tem procurado trazer temas que tem relação social, cultural, cientifica e o que se pede muito é que o aluno seja um bom leitor de texto escrito, mas também um bom leitor de mundo para que possa dar conta de produzir esse texto, porque para ser um bom leitor, tem que ser um bom escritor, porque ela ficará lá escrita para ser corrigida, então é treino e produzir texto semanalmente, ajustando os parâmetros utilizados pelo Enem na correção, por isso é bom ter um bom leitor para dar feedback, como um professor de língua portuguesa, mas se não tiver um professor por conta das situações adversas, é bom ter qualquer outro leitor para dar um bom feedback nos textos”. Comentou o professor.

A hora da brincadeira acabou, correto?

“Agora eles têm que levar muito a sério, criamos recentemente o programa “Avanço Enem”, que é justamente para o aluno ter estratégias bem claras de preparação para o Enem. Então é um simulado comentado, onde os professores aplicam 24 questões de ciência da natureza, o aluno terá um tempo para resolver as situações, e na sequencia os professores comentam essas questões. Então o aluno que errou o gabarito, ele tem a oportunidade ver a duvida sanada logo depois da resolução prova. Então é um simulado comentado, uma trilha de aulas gravadas, preparadas para deixar ele seguir, uma revisão especializada, aulas síncronas que são ao vivo, então estamos em um ritmo muito bom de preparação. Mas é claro que o aluno tem que ter uma disciplina bastante grande, porque ele está em casa  e não na sala de aula em um ambiente presencial, com a presença física do professor com a comunicação “téte a téte”, o quanto é importante essa comunicação no processo de aprendizagem, porque não vamos a escola só para aprender, vamos para socializar, para encontrar amigos, aprendermos com as relações que são construídas. Então entendemos que a situação é adversa, mas também entendemos que o aluno disciplinado e que está se preparando com as dicas passadas cotidianamente, esse aluno vai chegar bem no Enem, porque todos estão nessa mesma circunstância”. Comentou o professor.

Já se tem uma ideia de como vai ser a divisão das salas por conta da pandemia?

“O INEP e o MEC, emitiram um edital dizendo sobre a obrigatoriedade de máscaras no local de prova, que vai garantir o acesso ao aluno. Então o único edital publicado tratando dessa temática, foi a necessária utilização de máscaras, ainda não temos as definições se lá em janeiro, será necessário guardar o distanciamento, 50% das salas ocupadas, portanto não sabemos se o INEP vai necessitar de um número maior de escolas. Então ainda não temos um novo edital trazendo essa regulamentação e nem os locais de provas utilizados para aplicação delas”. Finalizou o professor.
 
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