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Entrevistas

16/07/2020 | 18:44 - Atualizada em 16/07/2020 | 23:33

Casos de dengue em 2020 já ultrapassou os notificados em 2019

Caio Dias 

Com o decreto da pandemia do Coronavirus, as pessoas esqueceram da dengue aqui em Mato Grosso, por isso o número de pessoas com dengue aumentou. Então vamos conversar com a coordenadora de vigilância e zoonoses de Cuiabá, Alessandra Carvalho, para que possamos relembrar dessa doença e do Aedes aegypti, além claro, de como eliminá-lo no quintal de casa. 

Como está a situação da dengue em Cuiabá hoje, em plena pandemia?

“É uma grande complicação, porque é um ser que já temos anos que de combate, porque o mosquito Aedes aegypti é transmissor, da dengue, Zika e Chikungunya, e são doenças que tem o mesmo curso, sinais e sintomas parecidos com o coronavirus, por ser uma virose, e por isso nós pedimos a população, que diante de sinais e sintomas, procure sempre uma unidade de saúde, para avaliação médica”. Comentou a coordenadora. 

Esse mito de que o mosquito da dengue, sobrevive apenas nas épocas de chuva é verdade?

“Sempre tivemos uma ideia, que o período de sobrevivência do mosquito fosse só no período de chuva, mas é um ledo engano, na verdade nós temos o mosquito no decorrer do ano inteiro, então há um aumento bem significativo durante o período de chuvas, mas agora durante a estiagem, nós também temos a presença do mosquito. E ele fica presente, diante da situação dos nossos reservatórios de água embaixo, como a nossa capital é uma cidade muito quente, temos o hábito em casa, de ter um reservatório baixo, seja ele um barril, um depósito de alvenaria, uma caixa de Eternit, uma caixa de fibra acumulando água, para fazer a limpeza ou até mesmo para se refrescar. Então esses grandes reservatórios, são os mantedores de mosquito, nesse período de estiagem, é necessário que a população, esteja alerta para locais que possam acumular água, para que possa amenizar e até mesmo evitar a presença desses mosquitos”. Declarou Alessandra Carvalho

Se uma pessoa sente, dor no corpo e febre, qual a orientação a essa pessoa?

“Primeira coisa é procurar uma unidade de saúde, para que o médico possa verificar a situação  e possa avaliar o quadro situacional desse indivíduo. Em contra partida, ele pode também estar verificando, se ele estiver em condições físicas verificar se dentro do imóvel dele, existe algum lugar com água parada, porque é importante se existe uma pessoa desenvolvendo, qualquer sintoma possa ser que outras pessoas possam desencadear os mesmos sintomas. Então uma forma de evitar que mais pessoas adoeçam é evitar a presença do criadouro. E ele deve sim procurar uma unidade de saúde, para que seja avaliado com relação a esses sinais e sintomas que ele esteja sentindo, e é importante frisar, que nesse momento não é importante que as pessoas se automediquem, é importante ir até uma autoridade de saúde e ela faça o reconhecimento, e faça a notificação daquele caso. Porque inclusive posterior a aquela notificação, se em tempo hábil chegar a nossa unidade de vigilância, é desencadeado uma ação de pulverização, iremos até a casa desse morador e vamos fazer um bloqueio químico, com o objetivo de pulverizar e matar os mosquitos que por ventura, estão voando naquele ambiente, podendo estar transmitido a Dengue, Zika ou Chikungunya”. Comentou a coordenadora. 

De 2019 para 2020, houve um aumento de mais de 15 mil casos. Isso se deve ao relapso da população, por se preocupar apenas com o coronavirus e esquecer a dengue?

“Com certeza, essa é uma grande preocupação para o nosso município, porque você permanecendo em casa nessa situação de pandemia, por conta do isolamento, faça a lição de casa que é verificar uma vez por semana, o seu fundo de quintal e se isso for feito com um olhar bem refinado em qualquer lugar que possa acumular água parada, você pode prevenir que você ou outras pessoas, que moram no seu ambiente possam adoecer. Então sempre temos que trabalhar com esse alerta, porque os nossos agentes de combate e endemias, que sãos os agentes de saúde, não pararam as suas atividades e continuam a plena atividade com as visitas domiciliares, com todo o cuidado de biossegurança, levando também essa orientação para a população, já que estamos em casa no nosso espaço, para que nós possamos não só combater o vírus da covid-19, mas também eliminando os criadouros do Aedes. Lembrando ainda que os ovos do mosquito duram na natureza até um ano, mas se não entrar em contato com a água. Por isso nós sempre temos que renovar essas orientações para a população, por isso sempre falamos, para limpar os reservatórios de agua e eliminar qualquer objeto que possa acumular água parada, pois nesse período de seca a melhor forma de se fazer o combate ao Aedes aegypti, pois durante as chuvas, fica mais difícil. Então o momento de seca é o ideal para eliminar os ovos, para não haver proliferação, para quando chegar as chuvas possam causar uma situação de pandemia”. finalizou Alessandra Carvalho. 
 
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