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Entrevistas

19/08/2020 | 23:44 - Atualizada em 20/08/2020 | 00:01

Governo estadual e federal unem forças para combater o incêndio no Pantanal

Caio Dias

Um dos biomas mais ricos em biodiversidade e importantes do planeta, o Pantanal, passa pela maior seca e número de queimadas das últimas décadas. Somente nesse ano foram mais de 1 milhão e 200 mil hectares de área queimada, o que corresponde a oito vezes o território do município de São Paulo.

Por essas e outras questões relacionado ao meio ambiente de Mato Grosso, vamos conversar com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzareti.

Qual a importância da vinda do ministro Ricardo Salles a Mato Grosso, nesse momento que vivemos de pandemia?

“A visita do ministro foi importante para que se tenha uma noção da dificuldade da execução dessas operações, as nossas equipes juntamente com as equipes do governo federal e os voluntários, nos quais temos mais de 200 voluntários das propriedades privadas das regiões do pantanal que estão colaborando com esse combate, estão trabalhando dia e noite para que possamos minimizar o impacto desses incêndios e controla-lo, a prioridade evidentemente é a manutenção da vida, preservação dos locais protegidos, onde as ações conseguiram manter o ninhal das araras um área preservada e patrimônio histórico em uma residência com mais de 50 anos, esse esforço é muito grande das nossas equipe e em função evidentemente do forte calor dos ventos intensos e também da grande extensão de área que vem sendo queimado”. Comentou a secretaria 

Já foi identificado os responsáveis pelo incêndio?

“Temos dois inícios desses grandes incêndios, que já foram identificados pela nossas equipes do corpo de bombeiros, o incêndio que chegou a RPPM do Sesc a parte em torno de Porto Cercado foi iniciado pela tribo indígena Perigara, inclusive temos o acompanhamento pelas imagens de satélite que mostra a data do dia 29/07 tendo como início desse incêndio e depois se estende para áreas particulares e a área de reserva particular da RPPM do Sesc. Tivemos um outro foco na transpantaneira, que se iniciou de um acidente veicular e assim vários outros focos que acabam ressurgindo e sendo derivado desses focos que se transformaram em grandes incêndios”. Comentou a Secretaria

As ferramentas de combate aos incêndios principalmente no pantanal, serve para dar uma punição aos infratores?

“Sim, mas o objetivo do governo não é punir, a ferramenta foi adquirida no sentido do monitoramento que envolve saber do problema, estabelecer a politica publica para resolve-lo e também usar para uma forma de repreensão consistente para que não tenhamos aquele problema de responsabilização inadequada contra quem efetivamente causou o ilícito ambiental e acaba saindo do objetivo principal de uma repreensão que é o efeito pedagógico. Então a nossa plataforma tem uma multiplicidade de fatores e objetivos, monitorar, auxiliar nos estabelecimentos das políticas públicas corretas e repreender de forma consiste de forma constante e assertivas aqueles que praticam os ilícitos ambientais. Com essa plataforma hoje no que diz respeito aos desmates e incêndios, para que seja possível identificar os avanços e a origem desses ilícitos”. Comentou a secretaria 

Nos últimos dias os moradores da região norte, foram surpreendidos com a morte dos peixes, a secretaria também está verificando essa situação?

“Sim, nos recebemos o comunicado no sábado as 14h, no domingo a nossa equipe da diretoria regional de Sinop se deslocou para fazer a primeira vistoria de reconhecimento, na segunda feira nossa equipe de Cuiabá, a equipe de licenciamento juntamente com a equipe de laboratório acompanhado da Politec, Dema e Ministério Publico Estadual estiveram no local para colocar dados e amostras, gostaria de registrar que não há em hipótese alguma dentro do licenciamento ambiental autorização que admita a mortandade de peixes nessas proporções, durante a semana desde que o evento aconteceu, nos tivemos varias perguntas se isso está previsto no licenciamento, mas na verdade o que está previsto em uma obra de significativo impacto como essa, é de fato a mortandade de peixes em uma menor escala em razão da alteração do ambiente. Mas eventos como esse com grande mortandade de peixes com extensão e o terceiro evento não é previsto no licenciamento, e toda nossa equipe está empenhada em descobrir as causas e estabelecer as medidas para que possa evitar eventos como esse no futuro”. Comentou a secretaria.

Oque vai ser feito para resolver esse caso na região norte?

“A primeira medida por agora é de fato identificar o tamanho do dano ambiental causado, as nossas equipes notificaram o empreendedor, para que tenhamos todos os dados registrados a respeito desse incidente, nós também fizemos coletas de aguas, sedimentos e também dos próprios peixes no local, vamos fazer as analises, identificar as causas e tomar as medidas de repreensão   e também as medidas que determinam a correção no evento no corpo do licenciamento nos próximos dias. Não estamos estabelecendo nesse momento já as medidas sancionatórias, porque nos precisamos ter os dados concretos da causa do evento para assim estabelecer o valor da sansão e as medidas que nos preocupam muito, mas que são medidas corretivas para evitar incidentes como esse no futuro”. Finalizou a secretaria
 
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