Na manhã desta sexta-feira (17), a Polícia Civil fez uma coletiva de imprensa para falar do crime que vitimou a jovem Emilly Bispo da Cruz, de 20 anos, morta pelo ex-namorado a facadas, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, nesta quinta-feira.
O autor do crime, identificado como frentista Antônio Aluízio da Conceição Maciano, de 20 anos, natural do Pará (PA), foi preso pela equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no final da tarde de quinta-feira, no bairro Parque Geórgia.
O delegado responsável pela investigação, Hércules Batista Gonçalves, titular da DHPP, disse o suspeito não aceitava o fim do relacionamento e que o crime foi premeditado. “O acusado não se conformava com o fim do relacionamento. Encontramos registros de que ele havia adquirido passagem há alguns dias, pegou uma moto emprestada, ele conhecia a rotina da vítima, que saia todos os dias cedo para deixar a criança na creche. Então ele ficou circulando, aguardando o momento, abordou e efetuou mais de 15 golpes de facas”, disse o delegado classificando o frentista como impiedoso e que não demonstra arrependimento pelo assassinato.
“Ele é réu confesso, insensível, não demonstrou arrependimento. Ele disse que está arrependido, mas a gente pelo trabalho policial a gente percebe quando alguém manifesta de uma forma espontânea arrependimento. Frio, calculista, esperou ela, premeditou o crime, ceifou a vida de uma mulher na presença de um filho menor de idade", disse o delegado.
Importante frisar que o feminicídio praticado na presença de um filho, a pena aumenta de 1/3 (um terço) até a metade. “Ele está na cadeia, e vai responder por um crime que vai pegar de 18 a 40 anos. Como ela estava com o filho, você pega a base do crime qualificado, que é de 12 a 30 anos e acrescenta de um terço até a metade”.
O acusado disse em depoimento que havia procurado Emilly para obter a resposta de um pedido de casamento, mas o Dr. Hércules ressaltou que o casal já estava separado a aproximadamente 24 dias e não teria sido o primeiro término do relacionamento de cerca de um ano.
“Esse crime não foi praticado por paixão, não é passional. Esse é um crime premeditado, calculista, não tem nada de injusta provocação de ninguém. A vítima estava vivendo a vida dela, estava levando a criança na escola e ele de forma premeditada, já havia adquirido passagem, ele já havia até falado com um amigo para pegar uma moto emprestada. [...] Esse é um crime brutal, um crime bárbaro”, acrescentou.
Crime
Nas imagens registradas por uma câmera de segurança, é possível ver o momento em que o suspeito, em uma moto preta, aborda a vítima, que caminhava com o filho. Após uma breve discussão, ele desfere vários golpes de faca contra ela, enquanto o filho permanecia segurando a mão da mãe, mas, ao ser atingida, ela solta a mão da criança.
O crime ocorreu à luz do dia e havia testemunhas. Amigos da vítima contaram que ela estava levando o filho na escola quando foi assassinada.
Emilly trabalhava como vendedora e morava sozinha com o filho. Ao terminar o relacionamento com o suspeito, ele passou a fazer ameaças, porém, ela tinha medo de denunciar o ex, segundo uma amiga de Emilly.