O Plano Safra 2023 trouxe novidade neste ano de dar desconto de 0,5% nas linhas de custeio agrícola para os produtores rurais que aderirem às práticas de sustentabilidade, podendo chegar até 1% para quem já possuir o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Neste sentido, a medida beneficia principalmente os produtores rurais de Mato Grosso. O percentual de CAR validados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) é o maior do país. A cada 100 produtores do Estado, 71 estão com a situação ambiental regularizada. No Brasil, dados do Sistema Florestal Brasileiro revelam que a média nacional é de 4%.
Das 88 mil propriedades rurais de Mato Grosso, 8.475 estão com CAR validados pela Sema. Mesmo estando à frente dos demais estados é preciso avançar, conforme apontou o governador Mauro Mendes em entrevista ao Brodcast do Estadão.
Ele destacou que o CAR é um tema sensível e uma prioridade para o Estado. “Estamos investindo em tecnologia, conversando muito com Ministério Público e temos que cumprir a lei brasileira, que é o código brasileiro e o que precisa ser preservado”.
“Apesar de estar à frente, os resultados ainda não estão satisfatórios. Contratamos mais 50 analistas, totalizando quase 100 na Sema, mas também é preciso a boa vontade dos produtores e tem muita gente correndo atrás. Em volume de terras, cerca de 50% das áreas estão validadas, mas em ternos de número de cadastros, as pequenas propriedades estão entrando agora com a produção, assentamentos e agricultura familiar, e teremos um salto gigantesco, mas é preciso fazer esse processo de análise com segurança. 99% dos nossos produtores querem fazer a coisa correta e cumprir a legislação. Cabe ao Estado penalizar o 1% que pratica crimes ambientais”.
Ao todo, serão disponibilizadas R$ 77,70 bilhões para a agricultura familiar com a maior parte destinada ao Pronaf, totalizando R$ 71,6 bilhões. Para os demais produtores, o valor foi de R$ 364,22 bilhões, sendo R$ 272,12 bilhões destinados ao custeio e comercialização, com taxas de juros de 8% a 12% ao ano.
Para os investimentos, o valor será de R$ 92,10 bilhões e juros entre 7% e 12,50% ao ano, sendo mantido o mesmo intervalo de juros do ciclo.
